Campo Grande

há 2 anos

Com depressão grave, paciente denuncia falta de atendimento de urgência em CAPs de Campo Grande

Ele relata que outras famílias também sofrem com o problema na unidade pela quantidade de médicos disponíveis

05/05/2022 às 07:00 | Atualizado 05/05/2022 às 08:29 Thiago de Souza
Caps tem pouco médico, lamenta paciente - Reprodução Google Street View

Paciente com depressão grave reclama que não teve atendimento no CAPS AD, em Campo Grande. Ele conta que outros pacientes também tentaram encaixe, mas foram orientados a voltarem outro dia. 

O denunciante diz que faz tratamento há anos e chegou à unidade, por volta das 6h de segunda-feira (2). Ele garante que precisava de atendimento extra, já que a consulta está marcada somente para o dia 10 de maio e tem em seu histórico duas tentativas de suicídio. 

No local, o paciente ficou sabendo que o médico da unidade chega às 7h e sai às 9h e, quem não foi atendido, é orientado tentar de novo, mas sem garantia alguma. 

''Quem foi atendido, foi atendido, beleza. Quem não foi, volta pra casa e tenta marcar outro dia'', lamentou o paciente.

Outras pessoas em situação de urgência também deram com a cara na porta. 

''Teve uma senhora que veio de Sidrolândia, com consulta marcada antes das 9h, e não foi atendida. O filho dela estava surtado, então o descaso está muito grande'', refletiu o morador. 

Ainda conforme a reclamação, o atendimento curto e limitado a dez pacientes seria ordem da Secretaria Municipal de Saúde. A informação obtida pelo paciente é que a unidade que ele vai é a única do tipo Álcool e Drogas em funcionamento. 

''E aí fica aquela pergunta: 'se é o único CAPS AD, por que não tem médico?', sendo que é obrigatório ter ao menos um plantonista'', questionou novamente o contribuinte. 

Não procede

A Sesau explicou que a unidade em questão não tem fila, já que o atendimento é feito somente por encaminhamento e ocorre em horários programados. No entanto, cita que há pacientes que vão buscar atendimento de encaixe e, nesta modalidade, não é possível atender absorver todos os pedidos. 

O órgão de Saúde da Capital destaca que o atendimento completo e fixo nessa unidade segue regulamentação de portaria do Ministério da Saúde. Porém, existe o plantonista para atendimentos externos e casos de urgência. 

Ainda sobre a necessidade de atendimento de urgência, a Sesau explica os procedimentos: 

''Em caso de surto psiquiátrico, o procedimento é encaminhar o paciente, normalmente via SAMU, a uma unidade 24 horas, onde ele será medicado e acompanhado por uma equipe móvel da saúde mental até que haja disponibilidade de uma vaga em CAPS".

"É importante ressaltar que a paciente tem o acompanhamento necessário enquanto está aguardando a regulação, contudo não há como obrigá-la a permanecer no leito, para isso seria necessária contenção, prática adotada somente quando há riscos seja para o paciente ou para terceiros e que é, na maioria dos casos, bastante agressiva ao tratamento psíquico''. 

Sobre o paciente, a Sesau diz que ele foi re-acolhido pela unidade, já que havia abandonado o tratamento, ainda em setembro de 2020. 

No dia que foi buscar o atendimento, um profissional o atendeu e avaliou o quadro dele. No caso, não houve necessidade de atendimento de urgência, sendo assim, a consulta foi remarcada para o dia 10, que seria a data mais próxima. 

Mesmo assim, segue a Secretaria, o morador foi orientado a bscar atendimento médico em unidade 24h, caso o quadro se agravasse. 

''Vale ressaltar que todo o paciente que chega à uma unidade de atendimento psicossocial é acolhido pela equipe plantonista e avaliado o quadro, e, de acordo com esta avaliação, poderá ou não passar por atendimento médico'', finaliza a nota da Sesau.