Campo Grande

28/02/2023 09:28

Motorista que cometeu racismo em Campo Grande não tem vínculo com transporte escolar (vídeo)

Homem faz transporte de crianças de forma particular e ofendeu a vítima quando foi contratar os serviços

28/02/2023 às 09:28 | Atualizado 28/02/2023 às 09:34 Dayane Medina
Ilustrativa/Silas Lima

O motorista de transporte de crianças que cometeu racismo com uma cliente em Campo Grande, não é transportador escolar, não possui Van e trabalha de forma particular.

O presidente do Sindicato dos Transportadores Escolares da Capital, Rodrigo Aranda Armoa, esclareceu que ele não é registrado para o serviço e a família contratou o trabalho dele por conta.

Segundo Rodrigo, desde a pandemia, o número de trabalhadores no transporte escolar diminuiu, com isso, aumentou o número de pessoas que prestam o serviço de forma particular. 

"Estamos defasados na região do Jardim Uirapuru, onde ela solicitou o serviço do motorista e houve o racismo. Entendemos que essas pessoas também precisam trabalhar, mas deixamos claro que não tem ligação certificada com os trabalhadores do transporte escolar", explicou.

A mulher de 26 anos foi vítima de racismo ao tentar contato com um fornecedor de serviços de transporte de criança na última quinta-feira (23), e receber, de volta, ofensas vindas do motorista. 

Segundo informações do boletim de ocorrência, ela teria tentado falar com o homem que exigiu pagamento adiantado, mas disse a ele que não faria pix adiantado, por já ouvir falar de diversos golpes anteriormente, e que realizaria o pagamento após a prestação do serviço. 

Como resposta, ela recebeu um áudio do homem, afirmando que ele se sentia ofendido, pois não era golpista, que era "de idade" e que nunca havia aplicado golpe em pessoa alguma, e a conversa se encerrou ali. 

Entretanto, no sábado (25), a vítima teria recebido um áudio do homem, com ofensas racistas. "Você é uma macaca, pode mandar para onde você quiser, preto macaco feio, não tem direito na sociedade. Vocês tinham que sumir, a gente não trabalha com gente do tipo de vocês."

Em outro áudio, ele diz: "E aí, família de gorila, macaca, já falou com o advogado, já? Volta para floresta". 

Uma testemunha chegou a perguntar ao homem o que havia acontecido e qual era o motivo de tanta ofensa, ao que o homem apenas respondeu, com uma mensagem, dizendo para ela procurar um advogado. 

O caso foi registrado como injúria racial e será investigado.