Interior

04/07/2023 11:00

Mãe de menina morta acusa hospital de Três Lagoas: 'intubação foi tragédia anunciada'

Mulher diz que procedimento agressivo não servia para o caso da filha

04/07/2023 às 11:00 | Atualizado 04/07/2023 às 09:50 Thiago de Souza
Mãe foi à imprensa denunciar hospital - Radio Agitta Cidade e redes sociais

A mãe da pequena Anna Júlia Santos Alves, 7 anos, acusa o Hospital Regional de erro médico, que teria provocado a morte dela, no domingo (25), em Três Lagoas. Ela entende que a criança não tinha necessidade de passar por intubação. 

Ao TopMídiaNews, Glauciene Aparecida Alves da Silva revelou que a filha foi internada no sábado (24), com crise de asma. Ela foi medicada e levada para a UTI.  

Uma das médicas que atendeu a criança, diz o relato, suspeitou que ela poderia estar com diabetes em razão do uso contínuo de corticoides. Ainda conforme a denúncia, a pequena recebeu dose menor do medicamento, além de insulina, até que novo exame chegasse. 

''Colocaram intubação não invasiva e ela teve uma melhora muito grande e até conseguia se comunicar, mesmo com dificuldades'', relembrou Glauciene Aparecida. 

A mesma médica teria dito à mulher que, na ocasião, Anna Julia não precisaria ser intubada e não corria risco de morte. A paciente iria ser avaliada e só passaria por intubação orotraqueal caso tivesse piora severa. 

Menina morreu durante intubaçao, diz mãe. (Foto: Bruno Chaves)

Problemas  

Na manhã do dia seguinte (25), houve troca de plantão e os problemas mais sérios começaram por aí, garante a mãe. 

''... com uma hora no plantão a médica nova não veio ver minha filha... ela pegou o exame, viu que a diabetes estava alta e me retirou às pressas do quarto para fazer um procedimento de emergência'', detalhou Silva. 

Glauciene, que estava junto da mãe, contou que foi trancada em uma sala e coagida, sem que pudesse sair para nada. 

''E aí me devolveu a minha filha morta depois de duas horas'', lamentou a mulher ainda emocionada.

Ela disse ter ouvido conversa da equipe médica, que Anna Júlia foi sedada e, na hora de passar o tubo, sofreu uma parada cardiorrespiratória. Depois aplicaram o desfibrilador, mas a vítima não resistiu. 

''... era nítido que iria acontecer com uma criança que já estava debilitada'', desabafou a mãe, que classificou o caso como ''tragédia anunciada''. 

''A médica não explicou o que estava acontecendo... não consenti com intubação nenhuma...  nem me perguntou como mãe o que eu achava'', fez novo desabafo. 

Nota 

O hospital se manifestou após a imprensa local questionar o caso. 

"Os atendimentos prestados na unidade têm como princípio a humanização, qualidade e eficiência, respeitando a individualidade do usuário e integrando rede assistencial capacitada para adotar cada tratamento", diz o início.  

A paciente, segundo a nota, foi admitida pelo Pronto-Socorro em 24 de junho de 2023 às 16h40 em condição grave, tendo sido realizado atendimento adequado para sua estabilização e internada na Unidade de Terapia Intensiva pediátrica, onde apresentou complicações no quadro.

"Infelizmente a paciente manifestou parada cardiorrespiratória, sendo realizadas, exaustivamente, manobras de Reanimação Cardiopulmonar, sem sucesso".  
  
A direção informa, ainda, que sobre este caso específico mantém apuração sobre os procedimentos adotados e, diante da análise junto às equipes técnicas da área da Saúde e jurídica, havendo comprovação sobre possível conduta contestável, tomará providências administrativas.