Campo Grande

29/01/2024 09:55

Polícia Federal apreende computador da Abin em posse de Carlos Bolsonaro

Ele é alvo de uma operação de busca e apreensão focada em possíveis destinatários de informações coletadas ilegalmente pela Abin

29/01/2024 às 09:55 | Atualizado 29/01/2024 às 09:58 Felipe Dias
A apreensão ocorreu durante operação da Polícia Federal - Reprodução/Instagram

A Polícia Federal apreendeu na manhã desta segunda-feira (29) um computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) na posse do vereador carioca Carlos Bolsonaro (Republicanos), conforme informado por uma fonte vinculada à operação para o Blog da Daniela Lima. Ele é alvo de uma operação de busca e apreensão, focada em possíveis destinatários de informações coletadas ilegalmente pela Abin.

Um segundo computador da agência foi confiscado na residência de um dos assessores de Carlos Bolsonaro, casado com uma funcionária da Abin. Oficialmente, a Polícia Federal não confirma nem comenta a apreensão.

O ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, é responsável pela autorização dos mandados. Há suspeitas de que, durante o mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro, a Abin tenha operado como um braço para coleta de informações ilegais, sem autorização judicial.

O órgão também teria sido usado como fonte de informações falsas, posteriormente disseminadas por perfis de extrema-direita para difamar instituições e autoridades.

Foram executados nove mandados de busca e apreensão, sendo cinco no Rio de Janeiro (RJ), um em Angra dos Reis (RJ), um em Brasília (DF), um em Formosa (GO) e um em Salvador (BA).

A busca em Angra dos Reis ocorreu no local onde Jair Bolsonaro realizou uma live nas redes sociais neste domingo (28). O ex-presidente e seus filhos estavam presentes pela manhã e deixaram a casa de barco.

Carlos Bolsonaro é vereador desde 2001, atualmente em seu sexto mandato consecutivo na Câmara Municipal do Rio. Ele foi apontado por Mauro Cid, ex-braço-direito de Jair Bolsonaro, como chefe do chamado "gabinete do ódio" - uma estrutura paralela montada no Palácio do Planalto para atacar adversários e instituições, incluindo o sistema eleitoral brasileiro.

Carlos Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação.