Detido desde maio no Estabelecimento Penal Masculino de Corumbá, Daniel Patricio Gorosito, de nacionalidade boliviana, é acusado de feminicídio em Santa Cruz de la Sierra e agora aguarda possível extradição para seu país de origem. Ele foi preso no Brasil durante uma ação da Polícia Militar, que investigava tráfico de drogas.

A prisão ocorreu no dia 22 de maio, em uma residência localizada na parte alta de Corumbá, próxima à Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Durante o flagrante, Gorosito apresentou documentos falsos em nome de "Jose Luiz Eguez Justiniano", mas a farsa foi descoberta ainda na delegacia. No local, um brasileiro também foi preso e assumiu ser o dono da droga apreendida — 54,530 quilos de maconha e 15 porções de cocaína, totalizando 74 gramas.

Após a checagem dos documentos, a polícia confirmou a verdadeira identidade de Gorosito, que estava foragido desde 2022 e tinha um alerta vermelho da Interpol desde junho de 2023. Ele foi transferido ao presídio no dia 27 de maio, e o governo boliviano já formalizou o pedido de extradição. “Temos conhecimento extraoficial da prisão no Brasil e aguardamos comunicação formal para realizar os procedimentos correspondentes”, informou a promotora Rosemary Barrientos ao jornal El Deber.

Feminicídio e fuga

Gorosito é acusado de assassinar Mery Laura Fernández, de 28 anos, no dia 18 de agosto de 2022. Mery, mãe de três filhos, foi atacada em um estúdio de beleza entre as avenidas Roca e Coronado, em Santa Cruz de la Sierra — a cerca de 600 km da fronteira com Corumbá.

Câmeras de segurança registraram o momento em que a vítima foi estrangulada por Gorosito. Um segundo homem, Álvaro Mejía Claure, chegou a entrar no local, viu a agressão e saiu sem prestar socorro.

Mery Laura foi encontrada inconsciente e levada a uma clínica particular. Ela teve morte cerebral e faleceu no dia seguinte, às 22h, em decorrência de traumatismo craniano grave, conforme relatório da Força Especial de Combate ao Crime (Felcc).

Desde então, Gorosito estava desaparecido. De acordo com autoridades bolivianas, ele já possuía antecedentes por lavagem de dinheiro. “Estamos tomando as medidas necessárias para que este indivíduo responda pelo crime cometido em território boliviano”, afirmou o diretor da Interpol na Bolívia, Juan Carlos Bazoalto.