29/08/2025 15:15
Professora é suspeita de torturar criança de 8 anos em escola municipal de Anastácio
Conforme denúncia, a docente chegou a cortar os pés da menina
Uma professora é suspeita de maus-tratos contra uma criança de apenas 8 anos, dentro da Escola Municipal Josefa Maria Conceição - Dona Zefa, no bairro Jardim Campanário, em Anastácio, município a 145 quilômetros de Campo Grande.
Segundo informações do boletim de ocorrência, apuradas pelo portal A Princesinha News, a mãe percebeu que a criança começou a apresentar mudanças severas de comportamento, como recusa em ir à escola e choro constante. O caso parecia tão grave que, em alguns momentos, a menina chegava a urinar na roupa ao se aproximar do portão da unidade escolar.
Ainda segundo a denúncia, a mãe procurou atendimento psicológico para a filha. O laudo inicial do atendimento apontou que a vítima realmente apresentava sinais condizentes com situações de trauma. A menina foi ouvida oficialmente e passou por exame de corpo de delito.
O boletim indica que a professora teria cortado a sola do pé da criança com um cortador de unha e ameaçado cortar sua língua caso ela contasse algo para os pais. Em depoimento, a criança chegou a relatar outros episódios de intimidação e humilhação.
O Conselho Tutelar acompanha o caso e a Polícia Civil investiga a denúncia para confirmar a veracidade dos relatos e tomar as medidas cabíveis.
A Secretaria Municipal de Educação foi contatada pelo portal, mas ainda não se manifestou sobre o ocorrido.
Após a publicação da matéria, a defesa da professora se pronunciou em nota assinada pelo advogado Ademilson Florindo dos Santos. Veja o texto integral, adicionado ao texto às 10h34 de 31/8:
Diante das recentes notícias envolvendo suposta prática de maus-tratos ocorrida na Escola Municipal Josefa Maria da Conceição – “Dona Zefa”, em Anastácio (MS), a professora injustamente citada vem, por meio desta, prestar os seguintes esclarecimentos à sociedade:
1. Presença em sala de aula
Jamais esteve sozinha em sala de aula. Na turma em que leciona, a professora citada atua acompanhada de mais duas colegas, totalizando três profissionais. Assim, é absolutamente impossível que os fatos narrados tenham ocorrido sem o conhecimento das demais, circunstância que, por si só, já afasta a veracidade da acusação.
2. Período em que a aluna esteve na escola
A criança ingressou na unidade em 12/08/2025 e frequentou as aulas até 19/08/2025, ou seja, permaneceu apenas cinco dias em sala de aula.
3. Demora na comunicação dos supostos fatos
A mãe da criança somente procurou a secretaria da escola em 22/08/2025, três dias após a criança ter ido às aulas e após os supostos atos. Não apresentou justificativa plausível para a demora em procurar a escola ou as autoridades, o que fragiliza ainda mais a narrativa.
4. Rotina de segurança e vigilância
A unidade conta com câmeras de monitoramento. As imagens já foram verificadas pela direção e não há registro de qualquer episódio anormal, tampouco de que a criança tenha apresentado comportamento condizente com o relatado, como urinar na roupa ao chegar.
5. Histórico da criança
Há relatos informais (professoras anteriores serão intimadas pela Justiça para confirmar) de que, em instituições de ensino anteriores, a mesma criança já apresentava episódios semelhantes, envolvendo supostas doenças e comportamentos atípicos, visando faltar às aulas.
6. Inexistência de práticas inverídicas
Nunca houve prática de cortar unhas no ensino fundamental, seja com cortador ou qualquer outro objeto. Tal alegação jamais ocorreu e pode ser confirmada por outros pais e responsáveis que acompanham a rotina escolar.
7. Carreira ilibada e reconhecida
A professora atua há 16 anos na rede pública, possui diversas premiações de âmbito estadual e é reconhecida por dedicação, reputação ilibada e respeito da comunidade escolar. Nunca houve qualquer denúncia que maculasse sua conduta.
8. Colaboração espontânea com as autoridades
A professora já buscou, de forma espontânea, a Polícia Civil, requerendo diligências, produção de provas e oitiva de testemunhas para o total esclarecimento. Contudo, por envolver menor de idade e tramitar sob segredo de justiça, não é possível divulgar mais informações neste momento.
9. Devido processo legal
Todas as pessoas envolvidas – professoras da sala, demais alunos, bem como profissionais e responsáveis de outras escolas – serão ouvidas no âmbito do devido processo legal, ocasião em que a verdade virá à tona.
10. Esclarecimento adicional
Importante destacar que a denúncia recebida e em investigação é de maus-tratos, e não de tortura. Tratam-se de condutas distintas, com previsão legal diversa e gravidade incomparável. O uso do termo “tortura” em algumas publicações busca apenas gerar sensacionalismo e induzir a sociedade ao erro.
Ante o exposto, reiteramos o compromisso com a verdade e ressaltamos que as acusações são inverídicas e infundadas. A professora reafirma sua inocência, coloca-se à disposição das autoridades e reforça sua confiança de que a verdade será plenamente demonstrada, preservando sua honra, imagem e trajetória profissional construída ao longo de 16 anos de dedicação ao ensino público, marcada por reconhecimento, prêmios estaduais e respeito da comunidade escolar.