Campo Grande

18/09/2025 11:06

'Vida dele foi trabalho': família se despede de trabalhador atropelado na Duque de Caxias (vídeo)

Cipriano, de 60 anos, tinha mais de 34 anos de contribuição e tentava se aposentar; colegas de profissão se despediram

18/09/2025 às 11:06 | Atualizado 18/09/2025 às 15:23 Felipe Dias e Méri Oliveira
Berlim Caldeirão

A despedida de Cipriano Pereira Quinhones, 60 anos, foi marcado pela emoção na manhã desta quinta-feira (16). O trabalhador foi atropelado e morto na tarde de quarta-feira (17) na avenida Duque de Caxias, em Campo Grande.

O caixão permaneceu fechado em razão da gravidade dos ferimentos. Familiares, amigos e colegas de profissão estiveram presentes para prestar as últimas homenagens.

Funcionário da Solurb há sete anos, ele fazia o recolhimento de sacos de lixo no canteiro central quando foi atingido por um veículo. A primeira versão era de que se tratava de um carro de passeio, mas a Polícia Civil apura se o atropelamento foi provocado pelo próprio caminhão em que trabalhava.

Durante o velório, a enteada da vítima falou com a reportagem e contou que o padrasto era como um pai para ela. Abalada, ela destacou a dedicação dele à família e ao trabalho.

Segundo ela, ele sempre foi muito trabalhador e a vida dele foi trabalho. Cipriano já tinha 34 anos e 7 meses de contribuição e tentou se aposentar, mas o INSS teria negado, conta. "Ele dizia que estava cansado e queria parar. Chegou a pedir para sair da função que estava porque era puxada e perigosa, por causa do trânsito", relatou.

Ela lembrou ainda que o homem vinha sendo o principal apoio da família após a morte da esposa, ocorrida há quatro anos. "Quem era o nosso amparo era ele".

Além da enteada, a quem tinha como filha, Cipriano deixa uma filha biológica. Ambas haviam perdido a mãe há 4 anos e, agora, lidam com a perda do pai, que foi descrito como o "amparo da família".

A enteada relatou ainda detalhes fortes sobre o impacto do acidente. Segundo ela, o corpo do trabalhador sofreu ferimentos graves, ficando irreconhecível da cintura até a cabeça. Ela ainda acrescentou que a família pretende buscar a Justiça em relação ao caso.

Colegas de trabalho também compareceram em grande número, lembrando dele como um homem alegre, companheiro e dedicado.

A Solurb emitiu nota de pesar lamentando a morte e informou que acompanha as investigações para esclarecer a dinâmica do acidente. A Polícia Civil segue apurando as circunstâncias para identificar com precisão o veículo envolvido e como ocorreu o atropelamento.