Campo Grande

25/09/2025 13:00

Três meses à espera de cirurgia para retirada de pino, jovem teme infecção: 'já passou da hora'

Procedimento inicialmente previsto para julho foi adiado várias vezes

25/09/2025 às 13:00 | Atualizado 25/09/2025 às 22:18 Elizeu Ribeiro
Arquivo pessoal

Há três meses, o jovem Júlio Ajala Fernandes, de 26 anos, convive com dores constantes e a incerteza de quando poderá realizar uma cirurgia simples, mas essencial: a retirada de um pino colocado em seu dedo após um acidente de moto ocorrido em junho deste ano. Ele aguarda uma vaga na Santa Casa de Campo Grande e teme complicações sérias, como infecção ou até necrose.

O pino foi inserido durante um procedimento emergencial logo após o acidente. Desde então, Júlio relata uma série de retornos frustrados ao hospital. Após a cirurgia inicial, ele retornou duas vezes para acompanhamento, mas na terceira tentativa, foi informado de que a unidade médica entraria em contato para agendar a retirada do material.

A retirada do pino estava inicialmente marcada para o dia 22 de julho, mas foi adiada para 2 de setembro. No novo retorno, foi orientado a comparecer novamente no dia 15 de setembro para tentar um "encaixe", mas, mais uma vez, o procedimento não foi realizado. Na ocasião, o hospital já estava em paralisação e apenas coletou seu contato, sem previsão de nova data.

“Não consegui porque a Santa Casa só tá atendendo emergência, e meu caso, segundo eles, dá para esperar”, relatou Júlio.

Apesar da classificação não emergencial dada ao seu caso pela unidade, Júlio afirma que o prazo ideal para a retirada do pino já expirou, e que a permanência prolongada do material pode causar infecções ou necrose, além das dores intensas que enfrenta diariamente.

“Já fui informado que passou da hora de tirar o pino, por isso preciso do retorno, para que seja feita a nova avaliação médica e marque a data da nova cirurgia”, afirma.

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou, por meio de nota, que, como já há autorização para a realização do procedimento, é de responsabilidade da unidade executora, neste caso, a Santa Casa, o agendamento da cirurgia. A pasta ainda reforça que não pode interferir nos agendamentos do hospital e que este, assim como os demais, é monitorado por sua produtividade, sendo estabelecidas, em contrato, metas de procedimentos que devem ser cumpridas.