há 2 meses
Mãe reclama do atendimento ao filho que morreu após beber destilado: 'Fizeram pouco caso'
Ela relata demora e falta de empatia com filho de 21 anos que vomitava sangue e reclamava de falta de ar na UPA
Maria José, 46 anos, mãe de Matheus Santana Falcão, 21 anos, que morreu após ingerir bebida alcoólica em Campo Grande, denuncia o descaso no atendimento prestado ao filho na UPA Universitário. O jovem foi socorrido na tarde de quinta-feira (2), após passar mal depois de consumir destilado, mas não resistiu.
Segundo a mãe, a ambulância demorou para chegar e, quando o socorro aconteceu, Matheus já bastante debilitado. "Ele tomou meio corote e acordou com dor no peito, almoçou e dormiu. Acordou às duas horas vomitando sangue. Chamamos ambulância, mas demorou, quando chegou, ele já estava quase desmaiado", relatou.
Mesmo em estado delicado, a mãe afirma que o filho não recebeu prioridade no atendimento médico. "Passou pela emergência, mesmo assim colocaram na ala amarela. Reclamei falando que ele estava com falta de ar e vomitando sangue, mas disseram para esperar, até que ele desmaiou", contou.
Revoltada, ela questiona a postura da equipe de saúde. "Como deixa uma pessoa que está vomitando sangue esperando? Ele ficou largado de lado como se fosse um bicho. Precisamos empurrar ele até lá dentro para atenderem. Foi quando foram fazer procedimento, mas já era tarde. Fizeram pouco caso. Ele era jovem", desabafou.
"Meu filho não era de beber"
Maria José também reforçou que Matheus não tinha costume de beber. "Só tomou meio corote. Ele não era de beber. Só ele bebeu. Ele não dava trabalho, não saía para rua", disse.
O caso é investigado pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo), que já apreendeu bebidas na casa da vítima e no comércio onde a compra foi feita, no Jardim Colibri. O material será submetido a exames laboratoriais para identificar se houve adulteração.
A Polícia Civil informou que ainda não há confirmação de que o produto estava contaminado e que os laudos do Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) devem trazer respostas em até 30 dias.