há 1 mês
Mesmo com UPA 'às moscas', pacientes esperaram mais de 4h por atendimento na Moreninha (vídeo)
Moradores da região detalharam que os funcionários da unidade teriam ficado um bom tempo 'papeando' enquanto algumas pessoas passavam mal ao esperar atendimento
Pacientes que buscaram atendimento na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) das Moreninhas, localizada em Campo Grande, nesta terça-feira (14), relataram longas horas de espera, desorganização e suposto descaso por parte de funcionários da unidade.
Em relatos enviados ao TopMídiaNews, uma mulher afirma ter esperado cerca de quatro horas para ser atendida, mesmo com sintomas como diarreia, dor no estômago, dor de cabeça e visão turva. E o posto de saúde vazio.
Segundo o relato, ela chegou à UPA por volta das 12h20 e só foi atendida pelo médico às 16h20. Outra paciente, uma senhora em estado mais grave, também teria aguardado até as 16h10 para ser consultada, mesmo apresentando sinais visíveis de mal-estar, como tremores, tosse forte e dificuldade para respirar.
"Ela estava do meu lado passando muito mal. Fui reclamar com eles e os funcionários simplesmente debocharam. Disseram que eu não tinha que me meter", afirma uma das testemunhas.
A denunciante também destacou a presença de muitos funcionários no balcão, mas poucos realmente atendendo. “Tinha cinco conversando no balcão, mas ninguém resolvia nada. Um monte de funcionário pra pouco serviço. Junta tudo e não dá uma pessoa pra ajudar de verdade”, reclama.
Ela ainda relata um episódio em que a paciente em estado grave não foi chamada para a triagem por supostamente não ter tido o prontuário encaminhado corretamente pela equipe. “Eles estavam em cinco, poderiam ter mandado tudo digital, mas ficaram só conversando. Uma falta de respeito com quem está precisando”, completou.
Além da lentidão no atendimento, outro ponto criticado foi a falta de estrutura. A denunciante afirma que, ao ser encaminhada para fazer um exame de urina, foi levada a um banheiro sem porta, onde outras pessoas tinham acesso visual direto, o que gerou constrangimento.
“É desumano. A gente vai lá passando mal e ainda tem que lidar com descaso, deboche e falta de privacidade”, desabafa.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde (Sesau) sobre os relatos. Em resposta, a secretaria disse que a população pode acompanhar, em tempo real, a média de espera por cada classificação de risco no link https://www.sigs-cg.com.br/, sendo possível, inclusive, observar quantos médicos estão atendendo na unidade, entre outras informações.
"É importante ressaltar que, através desse sistema de gestão, a Secretaria Municipal de Saúde também consegue tomar decisões rápidas para antecipar eventuais episódios de espera prolongada nas unidades de urgência e emergência, enviando, caso necessário, uma equipe móvel para reforçar os atendimentos", diz a resposta.
A respeito do reparo na porta do banheiro da unidade, este já foi solicitado à equipe de manutenção e o mais brevemente possível será resolvido.