22/10/2025 11:00
Prefeita atrasa repasses para o Consórcio Guaicurus e empurra crise dos ônibus com a barriga
A Câmara Municipal irá se reunir com a Comissão de Transportes para falar sobre o assunto e a paralisação realizada na manhã de hoje
O executivo municipal está ‘cortando um dobrado’ para conseguir lidar com a falta de repasse da gratuidade do Passe do Estudante, que deveria ser feita mensalmente ao Consórcio Guaicurus.
A reportagem apurou que esse valor está em atraso há cerca de 4 meses, hoje chegando a R$ 3 milhões, sendo R$ 1,3 milhão da Prefeitura de Campo Grande. Por conta do atraso, a dívida chega a R$ 9,5 milhões.
Porém, algumas certidões da prefeitura estavam em desacordo com o necessário para receber o valor do governo. Apesar de correr para arrumar os documentos, não houve tempo hábil.
“Chegou na data que era o vale dos motoristas e eles acabaram fazendo essa paralisação. Tem vários ofícios que estão ocorrendo, notificando todo mundo. O Consórcio já tinha feito a notificação do perigo de acontecer isso, infelizmente acabou acontecendo hoje”, afirmou o presidente da Câmara dos Vereadores, Papy (PSDB).
O vereador detalhou que já estão sendo feitas tratativas para tentar resolver o problema e dar uma resposta rápida para a população. Na manhã de hoje, está ocorrendo uma reunião com a Comissão de Transporte.
Relatora da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito), a vereadora Ana Portela (PL) detalhou ao TopMídiaNews que irá cobrar de Adriane Lopes (PP) uma resposta efetiva à população.
“Desde que entregamos o relatório, não vimos a prefeita, o Executivo e ninguém falando alguma coisa. Parece que eles receberam e ficaram inertes, para não fazer nada com o que foi levantado na CPI. A população precisa de uma resposta e não pode ser penalizada, que é o que aconteceu hoje. É muito triste que o cidadão campo-grandense esteja passando por esse tipo de situação”, disse Portela.
A caminho da reunião com a Comissão de Transporte, ela disse ainda que, caso os valores não sejam ajustados com o Consórcio, uma nova paralisação — agora de 72h — poderá ocorrer em breve.
“A situação é caótica. A cidade está totalmente engarrafada, um trânsito enorme hoje. Tudo porque, eu acho, que alguém precisa realmente se responsabilizar e dizer: ‘eu preciso resolver isso’. E quem precisa resolver isso é a Prefeitura de Campo Grande, que está simplesmente tapando os olhos para toda essa situação. Isso é inaceitável”, finalizou.
Paralisação
Na manhã desta quarta-feira (22), os motoristas foram impedidos de sair das garagens por Campo Grande, começando a rodar apenas depois das 6h30.
Por consequência disso, os ônibus rodaram lotados, já que alguns trabalhadores não conseguiram desembolsar os altos valores cobrados por aplicativos de corrida para se deslocarem até seus serviços, aulas e outros compromissos.