Motoristas da SAS (Secretaria Municipal de Assistência Social) estão revoltados com a possibilidade de corte ou redução das horas extras pagas pela prefeitura de Campo Grande. O benefício, segundo os trabalhadores, é essencial para complementar o salário, já que a categoria recebe o piso mínimo e mal da para sustentar às famílias.

Segundo a denúncia que chegou por meio de servidores ao TopMídiaNews, uma reunião estava marcada na sede nova da secretaria, no Jardim TV Morena, para tratar do assunto, mas foi cancelada e ainda não há nova data definida. Enquanto isso, o impasse preocupa os motoristas, que temem perda de renda e desvalorização da função.

“A SAS é o menor salário de todas as secretarias. Até Mirim e Primt (Programa de Inclusão ao Mercado de Trabalho) ganham melhor que os motoristas, que não têm nem cesta básica. Essas 60 horas extras ajudam a completar o salário, e agora querem tirar isso da gente”, diz um servidor que preferiu não se identificar.

Atualmente, o salário-base é de R$ 1.412, mas com as horas extras o valor chega a cerca de R$ 2.185, diferença que chega a quase R$ 800, que, segundo os trabalhadores, é o que garante o sustento das famílias.

“Está tirando o sustento das nossas famílias. Essa hora extra existe desde a gestão do Marquinhos e é injusto cortar agora”, protesta o motorista.

Os servidores também denunciam desigualdade entre as secretarias e afirmam que a SAS é a que menos valoriza seus motoristas. “A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) paga bem, a Semed (Secretaria Municipal de Educação) paga bem, mas aqui o motorista ganha pouco. E enquanto isso, tem pastor nomeado ganhando R$ 5 mil ou R$ 6 mil trabalhando como motorista”, reclama.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura para saber o motivo da possível redução ou corte das horas extras, se há uma nova data prevista para a reunião e o que será definido sobre o caso e aguarda retorno.