Saúde

há 3 semanas

Sem vaga para operar em Campo Grande, idosa viaja a Corumbá para conseguir atendimento médico

Com o braço quebrado há duas semanas, mulher saiu da Capital para se consultar no interior

12/11/2025 às 17:00 | Atualizado 13/11/2025 às 09:07 Dayane Medina
Reprodução/Repórter Top

A crise na saúde pública de Campo Grande fez com que uma família da Capital viajasse até Corumbá para conseguir atendimento médico depois de passar duas semanas com braço quebrado.

A esposa de Rubens Marinho, de 62 anos, sofreu uma queda no Parque Ayrton Senna no dia 29 de outubro e fraturou o braço em dois lugares. Desde o atendimento precário no local, até as idas e vindas atrás de uma vaga, fez com que o casal viajasse para o interior em busca de atendimento justo.

De acordo com o aposentado, a esposa caminhava na quadra, quando caiu e quebrou o braço em dois lugares. Sem receber amparo devido no parque, a idosa foi levada pelo marido a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon pelo companheiro e foi encaminhada ao CEM (Centro de Especialidades Médicas).

“Lá eles mandaram ela pra casa, aguardar vaga, o braço quebrado há duas semanas, sentindo dor, vivendo à base de remédio. E o pior é ouvir que não tem previsão de cirurgia, que tem gente esperando há três meses”, desabafa.

Sem perspectiva de atendimento na Santa Casa de Campo Grande, onde médicos da ortopedia estão em greve e a fila por cirurgias segue longa, a família decidiu buscar ajuda em Corumbá, onde tem parentes. 

No entanto, após realizar uma ressonância, o médico constatou que, por já terem se passado duas semanas do acidente, o osso havia colado sozinho. A cirurgia, nesse caso, traria mais riscos e sofrimento, já que seria necessário quebrar novamente o braço para colocar pinos.

“O médico explicou que, como colou um pouco fora do lugar, ela pode ter dificuldade para movimentar o braço no futuro, mas vai fazer fisioterapia e acompanhar”, relata o marido.

Indignado, o morador da Capital lamenta o caos na saúde e em todas as áreas vividas na cidade. “Antes o povo do interior vinha para Campo Grande ser socorrido, hoje é o contrário, você tem que sair da Capital para conseguir atendimento no interior. Incrível”, diz.

A reportagem entrou em contato com a Santa Casa de Campo Grande e com a Sesau para saber sobre a situação da greve dos médicos ortopedistas e a fila de espera por cirurgias, também como está a situação de regulação dos pacientes e aguarda retorno.

Em nota, a Sesau se recusou a fornecer informações. Confira:

A Secretaria Municipal de Saúde informa que todos os serviços de consultas, exames e atendimentos prestados à população seguem protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS), que estabelecem critérios de priorização com base em urgência e gravidade. Em cumprimento à Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), bem como ao princípio constitucional da inviolabilidade da intimidade e da vida privada, a Secretaria não fornece informações individualizadas sobre pacientes à imprensa ou a terceiros, ainda que de forma indireta.

Qualquer informação sobre o estado de saúde, atendimento ou regulação será prestada exclusivamente ao próprio paciente ou quem legalmente seja responsável pelo mesmo de forma segura e de acordo com os critérios legais vigentes.

A Sesau recomenda que o paciente ou responsável legal se dirija até a sua unidade de referência para acompanhar o andamento de suas demandas, ou acesse os canais oficiais de relacionamento com o público: Ouvidoria SUS – 0800 314 9955 / (67) 3314-9955; Portal da Ouvidoria: https://ouvidor.saude.gov.br/public/form-web/registrar ; Central 156.

A Santa Casa ainda não retornou o contato.

* Matéria atualizada às 9h06 de 13/11 para acréscimo da posição da Sesau