Em apenas um mês, três acidentes envolvendo escavações em Mato Grosso do Sul chamaram atenção para os riscos enfrentados diariamente por trabalhadores do setor. Dois deles terminaram em morte, evidenciando a falta de medidas adequadas de segurança em obras que lidam com solo instável e escavações profundas.

O caso mais recente ocorreu nesta terça-feira (11), em Campo Grande, e resultou na morte de Daniel da Silva Martiniano, de 42 anos. Ele trabalhava na escavação de um poço em uma obra na Rua Engenheiro Júlio César Alamy, próximo ao Aeródromo Santa Maria, quando parte do terreno desmoronou e o soterrou.

Daniel realizava o trabalho de perfuração de duas fossas quando uma delas cedeu, soterrando-o completamente. Colegas de trabalho ainda tentaram socorrê-lo por conta própria, utilizando ferramentas manuais, até a chegada do Corpo de Bombeiros que utilizou um maquinário pesado. O corpo foi encontrado após horas de trabalho.

O episódio, porém, não é isolado. Em Selvíria, a 403 quilômetros da capital, Jeferson Moisés de Souza Silva, de 22 anos, morreu soterrado no dia 9 de setembro, após o desabamento de uma vala em uma obra de escavação. O resgate também durou horas, com apoio de equipes do Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Polícia Científica.

Já em Ribas do Rio Pardo, 97 km de Campo Grande, no dia 15 de setembro, outro trabalhador foi soterrado, mas sobreviveu. Ele realizava escavações em uma empresa na região da estrada do Mimoso quando o solo cedeu. Com a ajuda de um colega, conseguiu manter o rosto descoberto até a chegada do Corpo de Bombeiros, que o resgatou com vida e o encaminhou ao hospital para exames.

Os três casos ocorreram em circunstâncias semelhantes: escavações em solos instáveis, ausência de contenção adequada e demora no resgate. Os acidentes levantam questionamentos sobre o cumprimento das normas de segurança do trabalho em obras desse tipo e a fiscalização por parte dos órgãos competentes.

Especialistas alertam que trabalhos em valas e poços exigem cuidados redobrados, como o uso de estruturas de escoramento, monitoramento das condições do solo e treinamento adequado das equipes.

A equipe TopMídiaNews entrou em contato com o Ministério Público do Trabalho para falar sobre como a fiscalização pode ser feita de casos como esses.

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