há 2 semanas
Ministério dos Povos Indígenas manifesta pesar por morte de indígena Guarani Kaiowá em Iguatemi
"É inaceitável que indígenas continuem perdendo suas vidas por defender seus territórios", escreveram em nota
O MPI (Ministério dos Povos Indígenas) manifestou profundo pesar pela morte de um indígena Guarani Kaiowá na comunidade Pyelito Kue, no município de Iguatemi, Mato Grosso do Sul. Segundo a nota, o indígena foi vítima de ataques realizados por pistoleiros, em um contexto de recente retomada da terra pelos povos indígenas na região.
A equipe do Departamento de Mediação e Conciliação de Conflitos Fundiários Indígenas (DEMED/MPI), em conjunto com a Funai, está acompanhando a situação, acionou os órgãos de Segurança Pública responsáveis e acompanha as ações dos órgãos do Governo Federal. O MPI reforçou a necessidade de uma investigação rigorosa e de uma ação conjunta para combater os grupos armados que atuam na região, destacando ainda a importância de políticas que garantam a proteção dos indígenas e de seus territórios.
No início de novembro, o MPI, junto ao MDA (Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e ao MGI (Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos), instituiu um Grupo de Trabalho Técnico voltado à mediação de conflitos fundiários envolvendo povos indígenas no sul de Mato Grosso do Sul. O grupo realiza reuniões semanais para debater soluções concretas, realizar levantamentos sobre áreas públicas e privadas e promover a resolução definitiva dos conflitos, que têm os indígenas como principais vítimas.
De acordo com o MPI, as retomadas dos Guarani Kaiowá na região têm se intensificado nos últimos meses com o objetivo de frear a pulverização de agrotóxicos, que tem causado adoecimento e insegurança hídrica e alimentar.
“É inaceitável que indígenas continuem perdendo suas vidas por defender seus territórios. A morte de mais um indígena Guarani Kaiowá acontece ao mesmo tempo em que o mundo discute e visualiza a importância dos povos indígenas para a mitigação climática debatida na COP30, infelizmente evidenciando que não existe trégua na perseguição aos corpos dos defensores do clima”, afirmou o ministério, que se solidarizou com a família, amigos e toda a comunidade Guarani Kaiowá.