A história do chamado “Lobisomem de Três Lagoas”, que movimentou a cidade nos anos 1990 e ganhou espaço no programa Fantástico, voltou a ser lembrada por moradores que viveram o clima de medo e curiosidade daquela época. Entre eles está dona Iracema Cardoso, que presenciou uma das situações que alimentaram a fama do caso.

Segundo o que ela conta na reportagem nacional, tudo começou com barulhos estranhos e gritos de mulheres perto de sua casa. Achando que se tratava de uma briga, decidiu não sair, mas os ruídos ficaram cada vez mais estranhos. Em determinado momento, ao olhar rapidamente pela janela, viu um animal tentando levantar o portão.

Dona Iracema descreve que o bicho tinha um focinho alongado, era “muito feio”, grande e parecia um misto de “porco com urso”, sem rabo. Assustada, esperou o marido chegar. Ao ver o portão e ouvir o relato da esposa, ele afirmou: “É um lobisomem”. Ela, porém, acreditava que poderia ser apenas alguém bêbado.

A história não ficou restrita ao bairro. Na década de 90, os rumores sobre um suposto lobisomem se espalharam rapidamente por Três Lagoas, criando um clima de mistério na cidade. Relatos de aparições, sons incomuns e movimentações estranhas foram se multiplicando entre moradores.

A Rádio Caçula, por meio do radialista Wilson Alamam, foi uma das primeiras a noticiar os acontecimentos, impulsionando debates diários que mantinham a população em alerta. A repercussão foi tão grande que chamou a atenção da Rede Globo, que enviou uma equipe do Rio de Janeiro para apurar o caso.

No quadro “Sem Limites”, exibido no Fantástico, jornalistas detalharam os relatos e exploraram a atmosfera de mistério que envolvia Três Lagoas. A exibição nacional ajudou a transformar o episódio em uma das lendas mais marcantes da cidade.

Mesmo décadas depois, o “Lobisomem de Três Lagoas” continua vivo no imaginário popular - seja como lenda urbana, fenômeno inexplicável ou fruto da imaginação coletiva. Para muitos moradores, como dona Iracema, o episódio segue sendo uma lembrança vívida de um período em que o sobrenatural parecia fazer parte do cotidiano.