há 1 semana
Família de Terenos denuncia demora para atendimento de adolescente autista na Santa Casa
Com suspeita de rompimento do tímpano, jovem de 15 anos esperou mais de 14 horas por otorrinolaringologista
Uma família de Terenos, município a 31 quilômetros de Campo Grande, denunciou a longa espera e falta de estrutura enfrentadas no atendimento a um adolescente de 15 anos, portador de TEA (Transtorno do Espectro Autista), na Santa Casa de Campo Grande.
O caso aconteceu no domingo passado (16), quando o adolescente foi levado para atendimento com suspeita de rompimento de tímpano esquerdo, mas permaneceu por mais de 14 horas aguardando um otorrinolaringologista.
“Desde as 23h, quando saímos de Terenos, sempre diziam que o médico estava chegando. Até então, eles continuam esperando. Meu irmão é autista, tem distúrbios mentais, e está com pressão 13/8”, disse a auxiliar de serviços gerais e irmã do menino, Thamirys Beatriz Vega, de 23 anos.
Após todo o período de espera, a família descobriu que o tímpano não havia rompido, o incômodo foi causado por um inseto, semelhante a um besouro, que entrou no ouvido do adolescente.
Segundo Thamirys, a explicação dada pela equipe foi a falta de profissionais disponíveis. “Só tem um otorrinolaringologista em Campo Grande, por isso toda essa demora. O próprio médico disse que não há sala adaptada para atender pacientes”, afirma.
A família, que veio de ambulância pela prefeitura de Terenos, também enfrenta dificuldades para retornar ao município. Sem dinheiro para alimentação e transporte, passam horas no hospital sem ter onde descansar. “Minha mãe, além dele, tem mais quatro filhos. O menor tem 2 aninhos e dorme no chão. Não temos condições; o que posso, eu ajudo, conta Thamirys, que pede apoio da comunidade.
A auxiliar também critica a dificuldade de acesso aos atendimentos para quem vem do interior. “Marcamos consultas com uma semana de antecedência. Mas, os atendimentos geralmente são no meio-dia ou às 13h. Saímos de casa às 4h da manhã e ficamos esse tempo todo lá, sem comer nada. E não temos condução própria, dependemos da prefeitura”, desabafa.
Quem puder ajudar com alimentos, água, itens básicos ou apoio financeiro pode entrar em contato pelo telefone/WhatsApp: (67) 9 9836-7452 (Thamirys).
A reportagem entrou em contato com a Santa Casa para apurar sobre a falta de médicos otorrinolaringologistas, mas até o fechamento desta matéria, não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.