há 4 dias
'Agiram como terroristas': manifestante critica ação da GCM em ato contra Adriane Lopes
Durante o evento, houve dois presos, mãe atípica empurrada e idosa agredida pela GCM
Neste sábado (29), manifestantes se reuniram no Centro de Campo Grande para protestar contra a prefeita Adriane Lopes (PP), mas acabaram sendo alvo de uma ação agressiva por parte da Guarda Civil Metropolitana (GCM), que tentou impedir a manifestação, gerando tensão e violência.
De acordo com uma das participantes do ato, que preferiu não se identificar, os agentes de segurança começaram a agir de forma intimidatória assim que o grupo iniciou a caminhada pela Rua 14 de Julho, onde estava acontecendo um evento promovido pela prefeitura. "Estava tudo tranquilo enquanto estávamos no semáforo da Afonso Pena, mas o problema começou quando saímos para a 14 de Julho. Lá, foi quando os guardas começaram a agir para nos impedir de continuar", relatou a manifestante.
Ela afirmou que, em nenhum momento, os manifestantes desacataram os guardas ou cometeram atos de vandalismo. Segundo ela, o objetivo do grupo era apenas exercer o direito à manifestação pacífica. No entanto, a situação se agravou quando os agentes da GCM tentaram apreender os celulares dos manifestantes. "Eles queriam impedir que filmássemos o protesto, porque estava ganhando apoio de pessoas que passavam pelo local e estavam no evento. E aí a situação escalou", disse.
A manifestante ainda relatou que presenciou momentos de violência por parte dos agentes. "Vi um dos guardas derrubar um manifestante e começar a enforcá-lo. Também houve o empurrão em uma mãe atípica e uma abordagem truculenta contra o professor Washington, um dos organizadores do protesto, que acabou sendo preso."
Para ela, as ações da GCM foram desproporcionais e injustificadas. "Eles agiram como terroristas contra nós. Estavam tentando nos intimidar, impedindo que filmássemos o que estava acontecendo", afirmou.
Apesar das agressões e do clima de tensão, a manifestante garantiu que o objetivo do protesto não era causar tumulto, mas sim expressar o descontentamento da população com a gestão da prefeita Adriane Lopes. "Não queremos prejudicar ninguém ou depredar o patrimônio público. O que queremos é que a insatisfação do povo seja ouvida, que providências sejam tomadas", concluiu.
O que diz a GCM
Veja a nota oficial do município: “A Guarda Civil Metropolitana informa que atuou na segurança de evento público realizado neste sábado (29), com grande presença de famílias e crianças. Durante a programação, um grupo de manifestantes tentou interromper as atividades e foi orientado a se afastar. Com a recusa e a elevação dos ânimos, duas pessoas foram encaminhadas à delegacia por desacato. Com uma delas, foi encontrado um canivete”.
A reportagem fez as seguintes perguntas, que seguem sem resposta por parte da administração Adriane Lopes. As mesmas foram encaminhadas diretamente ao celular do secretário Anderson Gonzaga, que também segue em silêncio:
- foi dada ordem à esses 'profissionais' para tal atuação?
- será aberta uma investigação sobre atuação dos guardas?
- qual identificação dos profissionais escalados para a atuação no evento desta noite?
- quem estava no comando da operação de segurança no evento desta noite?
- a prefeitura de campo grande faz reiteradas campanhas contra a violência, essa é a postura pública de sua guarda civil metropolitana?