há 3 dias
Celulares passam por perícia e devem apontar premeditação em latrocínio de padre em Dourados
Medida servirá para reforçar latrocínio e deslegitimar versão do principal suspeito
O juiz Ricardo da Mata Reis autorizou a quebra de sigilo de dados telefônicos dos aparelhos celulares apreendidos pertencentes à vítima, o padre Alexsandro da Silva Lima, e dos possíveis autores do latrocínio, ocorrido em 14 de novembro, no município de Dourados, a 221 quilômetros de Campo Grande.
A decisão foi emitida por meio da Vara do Juiz das Garantias, Tribunal do Júri e Execução Penal da Comarca de Dourados, e visa aprofundar a investigação sobre o crime, oficialmente tratado como latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte, além de esclarecer o envolvimento dos acusados, e tentar identificar a possibilidade de outros envolvidos.
Segundo apuração do portal Dourados News, para a investigação, até mesmo o uso de software de inteligência será usado. A medida servirá para reforçar que o crime foi um latrocínio, pensado pelos autores, e para desacreditar a versão de Leanderson de Oliveira Júnior, de 18 anos, principal suspeito, que alegou que o crime foi motivado por um abuso sexual cometido pela vítima, porém, não há indícios que provem o fato criminoso. O suspeito ainda disse que conheceu o padre por meio de um ex-cunhado, do qual o religioso também oferecia dinheiro para manter relações sexuais.
Conforme o delegado do SIG (Serviço de Investigação Geral), Lucas Albe, a motivação seria roubar o carro da vítima para vendê-lo no Paraguai, subtrair o celular e usar a residência para festas.
Conforme o acusado, ele conheceu o padre através de um ex-cunhado, ao qual, supostamente, Alexsandro oferecia dinheiro para manter relações sexuais.
O crime
O Padre Alexsandro da Silva Lima desapareceu na noite de sexta-feira (14) e seu corpo foi encontrado no sábado (15) no Distrito Industrial, enrolado em um tapete. A perícia apontou que a morte ocorreu em sua própria residência, com golpes de martelo e facadas.
Além de Leanderson de Oliveira Júnior, transferido para a PED (Penitenciária Estadual de Dourados), um adolescente de 17 anos também foi identificado como participante direto e internado na Unei.
Outros três suspeitos, sendo duas adolescentes e um adulto de 18 anos, foram presos por atuarem no pós-crime, ajudando na limpeza da casa, transporte do corpo e furto de objetos. Mas, após passarem por audiência de custódia, acabaram soltos pela justiça para responderem em liberdade.