Campo Grande

há 1 dia

Paciente espera há 15 dias por cirurgia cardíaca no Hospital Regional: 'ele prefere morrer em casa'

Família afirma que hospital adia procedimento por suposta indisponibilidade de aparelhos

03/12/2025 às 09:30 | Atualizado 03/12/2025 às 11:11 Felipe Arguelho
Arquivo Familiar

Família de paciente internado há 15 dias no Hospital Regional afirma que Luiz Amaro da Costa, em estado considerado grave, aguarda cirurgia cardíaca que não tem sido realizada devido à suposta falta de equipamentos necessários para a colocação de stents. Segundo os relatos, mesmo com um laudo de urgência emitido antes da internação, o procedimento vem sendo adiado repetidamente.

De acordo com os familiares, o paciente apresenta entupimento em quase todas as veias ligadas ao coração e realizou exames na rede particular antes de ser transferido para a unidade pública. A expectativa, afirmam, era de que ele fosse operado assim que chegasse ao hospital.

No entanto, a família relata que, em mais de uma ocasião, foi informada à noite sobre a disponibilidade dos aparelhos necessários, mas, na manhã seguinte, recebeu a notícia de que o equipamento não estava mais acessível. “Eles falam que ele vai operar, mas de manhã já não tem mais aparelho. Não entendemos para onde esses equipamentos vão”, diz a filha do paciente.

Os parentes afirmam ainda que o paciente já sofreu infartos durante a internação, está debilitado e tem recebido doses de morfina e outros medicamentos para controlar a dor. Também reclamam das condições de alimentação e do impacto emocional das sucessivas tentativas frustradas de realizar o procedimento. “Ele já disse que prefere morrer em casa, porque ninguém faz nada”, desabafa a família.

Um dos médicos que acompanha o caso teria informado que a alternativa seria uma cirurgia aberta, mas a família afirma que deseja esgotar todas as possibilidades de colocação dos stents antes de recorrer a um procedimento mais invasivo.

Diante da demora e da falta de informações claras, os familiares procuraram a imprensa na tentativa de obter respostas do Hospital Regional. Eles também afirmam já ter separado documentos, laudos e a identificação do paciente para formalizar a denúncia.

A reportagem entrou em contato com o Hospital Regional e com a Secretaria de Estado de Saúde responsável pela unidade e aguarda retorno.