há 1 dia
Idosa de 63 anos espera mais de um mês por traqueostomia na Santa Casa
Idosa permanece entubada no CTI à espera de procedimento considerado urgente
A família de Dirce da Silva, 63 anos, enfrenta uma espera angustiante há mais de um mês. A idosa está internada no CTI (Centro de Terapia Intensiva) da Santa Casa de Campo Grande há 31 dias, desde que sofreu um infarto que levou à intubação. Mesmo com indicação médica para uma traqueostomia urgente, necessária para substituir o tubo e permitir uma respiração mais estável, o procedimento não foi realizado até agora. Segundo a família, a justificativa é a paralisação de médicos por falta de repasse da Prefeitura.
A filha, Tatiana Silva, 39 anos, técnica de enfermagem, relatou ao TopMídiaNews que a situação da mãe vem se agravando dia após dia. "Ela não consegue respirar sem oxigênio. Já tentaram estubar, mas ela não aguenta. O médico pediu a traqueostomia com urgência, mas dizem que os médicos não estão fazendo porque não recebem há meses", afirma.
Tatiana conta que os profissionais confirmam que o material para a cirurgia está disponível, mas o procedimento segue travado. "Não é só ela. Tem um monte de pacientes na mesma situação", denuncia.
Com a demora, o quadro de Dirce se deteriorou. A permanência prolongada na ventilação mecânica causa inchaço e aumenta riscos de infecção. Nesta semana, exames apontaram uma bactéria grave.
"Cada dia que passa, ela piora. Hoje mesmo a doutora falou dessa bactéria gravíssima. O que eu vejo é falta de humanização. Vai esperar minha mãe morrer para tomar alguma atitude?", desabafa a filha.
Como profissional de saúde, Tatiana afirma que o tempo de espera ultrapassa qualquer protocolo seguro. "Depois de 15 dias, a traqueostomia é obrigatória. Eu trabalho em CTI e nunca vi uma demora dessas. Quanto mais tempo entubado, mais complicações aparecem".
Ela diz já ter buscado respostas na assistência social e no SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) da Santa Casa, mas ouviu que o hospital não sabe como proceder sem que os repasses da Prefeitura sejam normalizados. "Eu quero entender: os médicos realmente não podem operar porque não recebem? Para mim, isso é negligência".
Antes de adoecer, Dirce levava uma vida ativa e trabalhava diariamente como diarista. Agora, a família teme que a espera por um procedimento básico do CTI custe sua vida.
A reportagem solicitou posicionamento da Santa Casa, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno. O espaço segue aberto para posicionamentos.