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Beto Avelar se esquiva ao ver que mãe atípica chamada de bandida tem ficha limpa
Vereador que é líder da prefeita chamou a vítima de envolvida com tráfico
Mãe atípica, Elisângela Silva de Souza, 43 anos, provou ter a passado limpo ao exibir uma certidão de ''nada consta'', nesta terça-feira (2), em Campo Grande. O vereador que a acusou de ser bandida foi confrontado com o documento e tentou se esquivar do caso.
Em meio ao sofrimento duplo, a vítima precisou provar que fora alvo de difamação. O primeiro ataque veio da própria prefeita, na terça-feira de manhã, durante entrevista a uma rádio da cidade. A gestora – sem provas – bradou que o grupo de manifestantes era formado por bandidos, com longa ficha criminal.
Não satisfeita, a gestão Adriane buscou eco à falsa acusação no vereador e líder da prefeita na Câmara, Beto Avelar. O parlamentar usou a fala no plenário e – na frente de todos os manifestantes – jogou que poderiam ser até envolvidos com traficantes de drogas.
Na tentativa de defender a prefeita, Beto fez o grupo chorar e restou ao grupo se abraçar mutuamente na plateia para suportar a dor da falsa acusação.
''Uma outra, que vem atuando como mãe atípica com várias ocorrências, inclusive com tráfico de drogas'', disse Beto ao TopMídiaNews, na sessão desta terça-feira.
NADA CONSTA
O documento de ''nada consta'' foi apresentado ao TopMídiaNews durante a tarde desta terça. Ele foi compartilhado por Elisângela e pelo vereador Marquinhos Trad (PDT), este acusado por Adriane de ser o financiador do movimento protestante.
O professor Washington Pagane, que lidera o grupo de manifestantes, garantiu, em entrevista ao Programa ''A Pauta é Livre'', que nunca foi preso.
Entramos em contato com a assessoria do vereador Avelar. A resposta é que Beto não se referiu especificamente à pessoa de Elisângela. Porém, no vídeo ele cita ''mulher que atua como 'mãe atípica', forma como a ativista ficou conhecida tanto no meio político quanto na imprensa e redes sociais.
Elisângela garante ser ficha limpa (Foto: Reprodução Justiça)
O caso
Grupo de cerca de 30 pessoas realizou, na noite de sábado (29) um segundo protesto cona a gestão Adriane Lopes. Eles cobram a abertura de uma CPI da Saúde, solução para os buracos da cidade, falta de medicamentos em unidades de saúde, conclusão de obras inacabadas e escândalos como ‘’folha secreta’’ e ‘’desvio de finalidade de R$ 156 milhões na Sesau.
O ato começou no cruzamento da Rua 14 de Julho com a Avenida Afonso Pena. Eles ocupavam a rua quando o sinal fechava e voltavam ao abrir o semáforo. O ato contou com adesão de grande parte dos motoristas que passavam por lá e buzinavam incessantemente.
Por volta das 19h, os ativistas foram para a Rua Dom Aquino, onde Adriane lançava oficialmente as festividades de Natal. Lá, o Professor Washington foi abordado e discutiu com o secretário de Segurança e Defesa Social, GCM Gonzaga. Após ser xingado, o ativista foi preso e logo se instaurou uma correria no local.
Guardas civis metropolitanos deram tapas em celulares de quem registrava a ocorrência. Uma idosa foi alvo de um golpe de cassetete e a mãe atípica lançada ao solo. Nenhum vídeo mostra manifestantes resistindo à prisão.
Sindicato que representa guardas civis garante que um motoboy participante estava com um canivete e que os dois presos resistiram e ameaçaram a equipe.