Política

há 1 dia

Protesto vira crise política após declarações de Adriane Lopes criminalizando manifestante

Moradores opinam que tentativa de criminalizar protesto tenta mascarar problemas da cidade e blindar falhas da gestão

03/12/2025 às 15:00 | Atualizado 03/12/2025 às 17:41 Dayane Medina
Repórter Top/André de Abreu

Moradores ficaram indignados após a prefeita Adriane Lopes (PP) afirmar publicamente que manifestantes detidos no sábado (29) teriam passagens criminais e seriam ligados a grupos políticos da oposição. Para parte da população, a prefeita tenta criminalizar o protesto e desviar o foco dos problemas enfrentados pela cidade.

Nas redes sociais, a reação foi imediata dos leitores após Adriane apontar uma mãe atípica com passagens criminais, desmentidas pela própria vítima, também agredida durante o protesto.

"Como se não bastasse ser humilhada há tempos por esta gestão, ainda ter que ser agredida e sofrer calúnia", escreveu uma moradora.

Outros apontaram que o discurso tenta silenciar críticas: "O povo está cansado. A cidade está bagunçada, falta remédio, e eles ainda dizem que precisam pagar alguém para protestar?", citou outro morador, se referindo a acusação da prefeita contra Marquinhos e Rose Modesto.

A mãe atípica Elisângela Silva de Souza apresentou um documento de "Nada Consta", comprovando não possuir antecedentes criminais ao contrário do que foi dito pela prefeita e pelo líder do governo na Câmara Municipal, vereador Beto Avelar, que chegaram a atribuir à manifestante envolvimento com tráfico de drogas.

Elisângela foi uma das pessoas atingidas pela Guarda Civil Metropolitana durante o protesto no Centro, durante a inauguração do "Natal dos Sonhos". Ela foi empurrada por um agente, e sofreu um ferimento no braço, como já noticiado no TopMídiaNews. No mesmo ato, uma idosa também teria sido agredida, e dois manifestantes foram presos, entre eles o organizador do movimento, o professor Washington.

Durante entrevista à Rádio FM 95.7, Adriane Lopes insistiu que os participantes seriam ligados ao ex-prefeito e vereador Marquinhos Trad (PDT) e à ex-deputada federal Rose Modesto (União Brasil), afirmando ainda que teriam sido pagos para "tumultuar" o evento. A prefeita declarou também que muitos deles teriam "mais de 50 passagens pela polícia" e estariam "armados".

As acusações foram rapidamente rebatidas. Marquinhos Trad negou qualquer participação ou incentivo ao protesto e lamentou que a prefeita tenha chamado os manifestantes de "bandidos". Rose Modesto classificou as falas como "mentirosas e levianas" e anunciou que irá processar Adriane.

A população, porém, não aceitou a narrativa de Adriane. "Cadê a democracia? O povo não pode se manifestar?", questionou uma moradora. Outro morador citou o desgaste da gestão. "Está na hora dessa prefeita sair. Só fala bonito. Vai nos postos e nos bairros ver como está a situação".