Campo Grande

há 3 horas

Prefeitura dá calote e motoristas de ônibus devem cruzar os braços na sexta

Consórcio afirma não ter recursos para pagar salários e 13º, e categoria se reúne para decidir sobre greve

09/12/2025 às 19:52 | Atualizado 09/12/2025 às 20:57 Elizeu Ribeiro e Itamar Buzzata
Silas Lima

Os motoristas do transporte coletivo de Campo Grande poderão paralisar completamente suas atividades na próxima sexta-feira (12), caso não seja regularizado o pagamento dos salários e do 13º. A mobilização acontece após o Consórcio Guaicurus informar ao STTCU (Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Coletivo Urbano de Campo Grande) que não possui condições de efetuar os repasses aos funcionários, alegando que a prefeitura ainda não realizou o pagamento necessário para quitar os compromissos trabalhistas.

Nos terminais da Capital, motoristas já começaram a receber comunicados sobre a possível paralisação total dos serviços. De acordo com trabalhadores, o movimento tende a ser inevitável caso nenhuma solução seja apresentada nas próximas horas. “Tudo indica que sexta-feira é a parada mesmo. Agora pelo tempo a gente não sabe", afirmou um colaborador.

Segundo o comunicado do sindicato, o consórcio protocolou novo ofício declarando impossibilidade de pagar o salário mensal, o adiantamento salarial e a segunda parcela do 13º salário, esta última com data limite de pagamento até 20 de dezembro. O sindicato destaca que o cenário de inadimplência se agrava justamente na proximidade dessas obrigações, gerando forte impacto financeiro sobre a categoria.

Diante da situação, o STTCU convocou uma Assembleia Geral dos Trabalhadores para o dia 11 de dezembro de 2025, quinta-feira, às 4h30 da manhã, realizada simultaneamente nas garagens Cidade Morena e Campo Grande. A pauta prevê deliberação sobre possíveis estratégias, incluindo a decretação de greve ou a continuidade das atividades enquanto se aguardam os pagamentos.

O sindicato reforça que as decisões cabem exclusivamente aos trabalhadores durante a assembleia, enquanto a responsabilidade jurídica das ações permanece sob a tutela da entidade. Caso a paralisação seja aprovada e os pagamentos não sejam regularizados até sexta-feira, Campo Grande poderá enfrentar um dia de interrupção total do transporte coletivo.