Polícia

06/05/2015 15:54

Adolescentes do 'Caso Alceu' estão sem proteção policial na Capital

06/05/2015 às 15:54 | Atualizado Rodson Willyams
Foto: Geovanni Gomes / Arquivo Top Mídia News

As adolescentes que foram o "ponto de partida" da investigação sobre rede de exploração sexual de menores, que indiciou cinco pessoas e envolve políticos, permanecem na Capital sem proteção policial. O Conselho Tutelar não teria encaminhado as menores para a Casa Abrigo após o caso vir à tona. A denúncia foi recebida pelo TopMídia News e repassada para a vereadora Carla Stephanini, do PMDB, que falou sobre o caso durante a sessão comunitária nesta quarta-feira (6), no Bairro Dalva de Oliveira, localizado na região do grande Tiradentes, em Campo Grande.


Segundo a parlamentar, que preside a Procuradoria Especial da Mulher, e está visitando instituições que compõem o sistema de justiça, o caso será investigado, mas ainda não foi confirmado. Inicialmente, as meninas teriam sido encaminhadas para uma das unidades do Conselho Tutelar, da região norte da Capital. Lá as menores teriam revelado todo o esquema onde as informações foram encaminhadas para a polícia que juntou as investigações.

"Hoje mesmo estivemos com a secretária Municipal de Assistência Social, Janete Beline, que é onde a pasta desenvolve a política pública de assistência à criança e aos adolescentes. Conversamos no sentido para que a rede possa promover a proteção física, psicológica e moral das adolescentes envolvidas", relatou a peemedebista.


Caso Alceu

A polícia começou a desvendar o caso de prostituição sob o comando do titular da DPCA (Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente), delegado Paulo Sérgio Lauretto, depois que a mãe de uma adolescente que mora no interior do Estado registrou boletim de ocorrência por sumiço da filha que, na verdade, estava se prostituindo na Capital.

A adolescente entrou em contato com uma prima que mora na mesma cidade que sua mãe e fez convite para que também viesse para a Capital para fazer programas sexuais com homens da ‘alta sociedade’, que envolvia políticos e empresários. Com o objetivo de saber o paradeiro da desaparecida, o convite foi aceito.


Ao invés de vir para a Capital em busca do serviço de prostituta, a prima da adolescente passou o endereço para a mãe da adolescente, que veio a Campo Grande e encontrou na casa de sua filha vasto material fotográfico e filmagens dela mantendo relações sexuais ou sem roupa com políticos. Alceu Bueno e Sérgio Assis apareciam no material.


A partir da denúncia da mãe e com o material em mãos, a polícia civil iniciou as investigações e começou a desvendar uma teia de prostituição. Quando o vereador Alceu Bueno acionou a polícia denunciando que estava sendo extorquido por Luciano Pageu e Robson Martins, a polícia já tinha o material que o envolvia no esquema de prostituição e também o ex-vereador e ex-deputado estadual Sérgio Assis. Luciano e Robson foram presos em flagrante. Após dias de investigação o principal articulador do grupo, o cinegrafista Fabiano Viana Otero foi preso e confirmou todo o esquema. Alceu e Assis foram indiciados por estarem envolvido no caso. O ex-vereador se obrigado a renunciar ao cargo.

Fabiano Otero, como já mencionado na matéria foi preso e segue em uma cela da Derf onde estão Luciano e Robson Martins. A Justiça concedeu a Fabiano, o pedido de deleção premiada, uma vez que há indícios de participação de mais 10 políticose empresários envolvidos no esquema. O caso agora vai ser investigado pelo Gaeco, grupo especial do Ministério Público Estadual.

(matéria editada dia 07/05/2015 para alterações de informações)