Política

25/08/2015 10:11

Olarte e vereadores caíram por cassação de Bernal e ajuda a empresário

25/08/2015 às 10:11 | Atualizado Vinícius Squinelo
(foto: arquivo)

Gilmar Antunes Olarte, prefeito de Campo Grande, e Mario Cesar Oliveira da Fonseca, vereador e presidente da Câmara Municipal, foram afastados dos cargos por articularem a cassação de Alcides Bernal, em março do ano passado. Pelo menos é o que relata o Ministério Público Estadual, em pedido acatado pelo Desembargador Luiz Cláudio Bonassini, relator da investigação.


Conforme os autos, existe a presença de “indícios veemente de que houve uma articulação entre empresários, vereadores de Campo Grande e o atual prefeito de Campo Grande Gilmar Antunes Olarte, consistente no oferecimento de promessas de vantagens, para fins de cassação de Alcides Jesus Peral Bernal”.


Ainda conforme a peça do MPE, encaminhada à Justiça estadual, empresas como Solurb, Proceto e LD Construções teriam recebido benefícios quando Olarte assumiu o poder.


Com essas acusações, o MPE pediu o afastamento de Olarte e Mario Cesar, e denunciou, por condução coercitiva, os vereadores Edil Albuquerque, Airton Saraiva, Waldeny Batista, Giomar Nery de Souza, Carlos Augusto Borges, Edson Shimabukuro, Paulo Siufi e o ex-vereador Jamal Salem. Também denunciou os empresários João Amorim, João Baird e Fábio Portela Machinski.


A ação deixa claro que as provas começaram a ser recolhidas pelo Gaeco (Grupo de Atuação e Repressão ao Crime Organizado) ano passado, mas foram completadas pela Lama Asfáltica, da Polícia Federal.


Alegação
Nos autos, há a presença de fortes indícios levantados pela Lama Asfáltica, como as constantes conversas entre Mario Cesar e João Amorim, onde se fala em ‘pegar cafezinho’ para os vereadores.


Também, conforme os autos, ‘há fortes indícios’ de que, logo após assumir o cargo, Olarte teria favorecido João Amorim e João Baird, restabelecendo contratos cortados por Bernal.


“Diante de todo esse quadro indiciário exsurge a necessidade da suspensão do cargo por ambos os requeridos (Mario Cesar e Gilmar Olarte), pois é inegável que, se eles continuarem atuando, sentir-se-ão estimulados a persistir na prática de delitos”. Tal trecho consta no despacho do desembargador Bonassini.


O documento ainda fala em possível interferência em CPI contra Gilmar Olarte na Câmara Municipal. Olarte ainda é denunciado por usar a administração pública para fins particulares e por ter assessores acusados de ameaças contra terceiros.


O pedido de afastamento de Olarte e Mario Cesar, além da apreensão de celulares, e as denúncias por condução coercitiva foram acatadas pelo relator do caso, desembargador Luiz Claudio Bonassini.