07/03/2016 11:19
Com rumo incerto, moradores estão apreensivos com mudança do Lixão
Cerca de 300 famílias que moram no Bairro Dom Antônio Barbosa, região do Aterro Sanitário de Campo Grande, estão bastante apreensivas, já que a retirada dos moradores está ocorrendo nesta segunda-feira (7). A presença maciça da força policial está acompanhando os trabalhos.
Até agora, não houve manifestos, visto que o Município conta com mais de 250 guardas civis, além do Batalhão de Choque da Polícia Militar e apoio de viaturas e equipes da Polícia Rodoviária Federal, na rodovia de acesso, da BR-262, para manter a ordem e segurança.
“A pior dificuldade é ter que retirar as coisas de um lugar, sem saber para onde eu vou. Tenho medo do local ser distante do lixão, porque a minha renda depende disso”, contou Julia Cândido, de 32 anos. Em contrapartida, o diretor-presidente da Agência Municipal de Habitação (EMHA), Dirceu Peters, informou que 62% das pessoas ficarão próximo da região do Lixão, mas não contou o local específico. “As famílias serão levadas para quatro regiões que não serão reveladas”, disse.
(População estava apreensiva nesta manhã. Foto: Anna Gomes)
O problema é que as informações se contradizem, já que em nota oficial, a assessoria da prefeitura informou que “são três áreas, que só serão divulgadas conforme a transferência. Esta medida está sendo tomada para evitar invasões, como aconteceu na área do Noroeste, a medida em forem transferidos, anunciaremos. É uma questão de segurança, especialmente, para as famílias”.
Informaram também, que haveria transferência com apoio total às famílias, inclusive, oferecendo mão de obra, transporte e assistência social. Na nota diz que seria até disponibilizado crédito para a compra de material de construção. No entanto, a equipe do Top Mídia News encontrou outra realidade no local.
O próprio assessor de imprensa encarregado de atender os jornalistas, informou que a prefeitura deverá abrir uma linha de crédito “futuramente”, por meio do Banco Canindé. “A princípio, disponibilizaremos apenas o terreno. Os moradores podem levar tudo, inclusive reutilizar as tábuas e telhas”.
No momento, todos estão aguardando os caminhões e ônibus para a retirada e mudança das pessoas, mas ainda não iniciou. Maria Celia, de 45 anos, contou que está bastante apreensiva, assim como a maioria, porque não sabia que a transferência seria hoje. “Moro sozinha aqui desde o início da comunidade e a mudança, pra mim, será complicada. Eu ia pedir ajuda dos meus irmãos, mas como foi algo repentino, terei que me virar”