Campo Grande

23/03/2016 19:04

Catadores passam fome com fechamento de lixão e governo promete ajuda

23/03/2016 às 19:04 | Atualizado Alessandra Carvalho
Foto: Alessandra Carvalho

Os catadores de resíduos sólidos pedem para a Prefeitura Municipal de Campo Grande reabrir o lixão para os trabalhadores conseguirem pagar as contas mensais e comprar alimentos. A situação está crítica no local.

Ronaldo Leão, 30 anos, tem quatro filhos e está passando necessidade. "Moro no Dom Antonio Barbosa há 16 anos e trabalho no lixão há 15 anos. Nunca fiquei desempregado, ganhava R$ 600 por semana. Fiz o curso com a Funsat e não tem material na UTR (Unidade de Processamento de Resíduos Sólidos) para trabalhar".

A vice-governadora e secretária estadual de Assistência Social, Rose Modesto (PSDB), esteve reunida com os catadores e prometeu ajudar a resolver o problema . "Na segunda-feira (28), vamos participar da reunião e pedir agilidade para os promotores da Defensoria Pública de Mato Grosso do Sul, e organizar a equipe para fazer o cadastro do programa Vale Renda como uma ajuda financeira. Eles só querem serem ouvidos e terem o direito de trabalhar".

A campanha será estendida para ajudar as famílias que estão necessitando de ajuda. "Vamos organizar uma campanha para que eles recebam alimentos e sacolão  no fim de semana.Vamos incluí-los no Programa Rede Solidária que busca a proteção social das pessoas em vulnerabilidade e risco social. Queremos acolher as família enquanto esses tramites seja resolvido", cita Rose. 

Ronaldo ficou trabalhando na UTR durante três dias e ganhou R$ 20 por dia. "Tive que sair da UTR lá não tinha material. Lá tem 80 trabalhadores e devido o fechamento do lixão tem pouco material. tem trabalhador que está cumprindo horário e fica andando lá dentro".

 

Foto: Alessandra Carvalho 


Ronaldo mostra a geladeira vazia e armário de cozinha. "Os meus filhos estão sem leite. Ta difícil. Nunca deixei o meu filho passar necessidades. Não temos fralda. A minha mulher está grávida de quatro meses e precisa se alimentar bem. Não temos para onde correr".

Foto: Alessandra Carvalho

O presidente do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Marçal de Souza (CDDH), Paulo Ângelo de Souza, esteve no local e pediu para os êcatadores fazer o protesto em área que não atrapalhe o trânsito. "Eles tem que lutar pelo objetivo deles. Eles precisam de alimentos e emprego".

 


Rodrigo Leão Marques, 36 anos, mais conhecido como Carioca, explicou que participou das reuniões e teve somente brigas entre Solurb (Soluções Ambientais) e Prefeitura Municipal de Campo Grande . "Na tarde de ontem ( 22), a foi reunião travada e que não saia nenhuma resposta". Após a reunião de segunda-feira que será ás 10 horas no MPE os catadores pretende ir ás 14 horas no Ministério Público do Trabalho.