Entrevistas

06/05/2016 15:55

Elisa Cleia assume Sedhast com compromisso manter qualidade deixada por Rose

06/05/2016 às 15:55 | Atualizado Rodson Willyams
Foto: Geovanni Gomes

Elisa Cleia Pinheiro Rodrigues Nobre, nova responsável pela Sedhast (Secretaria de Estado de Direitos Humanos, Assistência Social e Trabalho), assume a pasta com um claro compromisso: manter a qualidade deixada pela antecessora, vice-governadora Rose Modesto. A professora recebe a missão de dar continuidade aos trabalhos deixado por Rose Modesto, dque deixou a pasta para disputar a Prefeitura de Campo Grande pelo PSDB.

De acordo com a professora Elisa, como é chamada, a missão dentro da secretaria é de equalizar e conciliar o contrato de gestão com as demandas encaminhadas pelas cinco superintendências e mais as quatro subsecretarias que existem dentro da Sedhast.

Confira a entrevista na íntegra:

TopMídiaNews - Após a saída da vice-governadora Rose Modesto, como deve funcionar as ações da Sedhast?

Professora Elisa - Com a saída da vice-governadora Rose, em abril, da Sedhast, nós tínhamos assinado o contrato de gestão, que já era uma pauta do governo. Nesse contrato estão elencadas todas as atividades e ações que serão desenvolvidas durante o ano de 2016.

Esse contrato é uma nova modalidade, implantada pelo governador Reinaldo Azambuja, de termos esse compromisso, programado e assinado. Então, nesse contrato, nós temos as ações que serão desenvolvida pelas cinco superintendências e mais as quatro subsecretarias dentro da Sedhast. Hoje o nosso trabalho é muito complexo, justamente, pela força que as políticas sociais têm na comunidade.

Atualmente, temos as políticas de Direitos Humanos, da Assistência Social, e do Trabalho, quando começamos a esmiuçar todas elas, vemos que são políticas muito fortes e complexas. Nenhuma delas pode ser trabalhada de forma independente. Por isso, precisamos equalizar todas as demandas e especificidade de cada uma, para podermos desenvolver o nosso trabalho.

Temos ainda as subsecretarias que trazem as demandas constantemente. No entanto, essas demandas acabam mudando rapidamente, sempre de um mês para o outro. Então a missão é equalizar tudo isso com mais o contrato, e esse será um desafio muito grande.

E como dividir a pasta ao lado da vice-governadora Rose Modesto?

Eu já trabalhava com a Rose como secretária-adjunta, e no período que vai do início de 2015 até o mês de abril de 2016, sempre trabalhamos juntas. As decisões sempre foram tomadas de maneira muito próxima, e tudo que nós estamos trabalhando hoje, desenvolvendo na secretaria, faz parte de uma programação e de um planejamento que viemos trabalhando desde 2015. 

Substituí-la não será uma tarefa fácil, ela se destaca pela condução, pelo planejamento e organização dentro da secretaria é uma referência forte nesta área.

A minha missão, o meu desafio agora, é desenvolver tudo aquilo que está elencado no contrato de gestão, manter a qualidade que já foi dada, modalidade configurada pela própria Rose Modesto enquanto secretária. Além disso, tenho a missão de equalizar todas as demandas que vão surgindo durante o ano de 2016 dentro das subsecretarias e superintendências. Esse será o principal desafio, conduzir esses dois pontos juntos e equalizá-los.

Foto: Geovanni Gomes. 


Como a senhora mesmo disse, a Sedhast possui um número elevado de demandas, como será feito o trabalho para equalizá-la e qual será o principal desafio da pasta?

Nós trabalhamos da seguinte maneira, para atender aquelas políticas que são complexas, nós temos um grande desafio aqui. No tocante da política social, faremos o monitoramento das ações em todos os municípios dentro dessa política.

Por exemplo, em Sidrolândia, nós temos os instrumentos que fazem parte da gestão, do sistema único da assistência social, que o Governo do Estado participa com o repasse financeiro, além de recursos do Governo federal. Então, algo que para nós está muito forte e há uma necessidade muito grande e imposta pela lei, de monitorar todos esses instrumentos ligados a esse sistema.

O desafio que temos para 2016 é ir para todos os 79 municípios, com a nossa equipe de referência dentro do sistema da assistência social.

Temos ainda outra demanda muito forte voltada para a política do trabalho, referente a qualificação da mão de obra. Hoje nós não temos como não deixar falar da crise econômica e essa demanda é muito forte no Estado. A inserção dessas pessoas que estavam sem trabalho é um desafio. Então, o nosso trabalho é qualificar esse profissional para encontrar uma vaga e fazer que ele se mantenha nesse emprego, isso é bom a para nós e para ele. Então, estamos investindo também nessa área.  

Há também a política voltada para os Direitos Humanos, ela abraça muitas frentes de trabalho e nós temos o desafio de receber os migrantes e apatriados que chegam ao nosso Estados. Temos um grupo muito grande e estamos trabalhando para formalizar o atendimento e acolhida dessas pessoas que estão chegando.

Por fim, há uma complexidade muito grande, nós vamos além do que está previsto no contrato de gestão. O desafio é trabalhar com todas essas políticas e que realça o atendimento com qualidade e eficácia.

E como está a situação dos apatriado em MS? O Estado tem recebido muitos estrangeiros?

O governo do Estado criou um comitê que vai atender a essas demandas por meio de audiência pública. Foi criado esse grupo de trabalho, um Comitê, para justamente nós implementarmos e oferecermos possibilidades que vai nos possibilitar trazer recursos da esfera federal para fazer um bom atendimento a esse grupo.

Hoje a Sedhast faz um trabalho e vai até a comunidade, o local em que eles mais se concentram, no Rita Viera, em Campo Grande. Neste local, temos um grupo que está mais próximo, fazemos um trabalho de orientação e atendimento de demandas mais urgentes, às vezes com uma cesta alimento, às vezes com um colchão, muitos chegam aqui sem nada e estrutura nenhuma.

Embora o decreto que prevê a formalização do Centro de Direitos Humanos, ainda não saiu, ele segue atendendo. Lá nós teremos todos os dados e será um local que a Sedhast terá para concentrar os atendimentos a esses imigrantes.

Dentro deste comitê, nós já pensamos na questão da língua. A secretária de educação está com um atendimento em uma escola no Rita Vieira, para o curso de português. Nós temos um professor haitiano que possibilita o ensino da língua. Hoje nós temos 500 haitiano que vieram trabalhar no Estado da construção civil, 100 estão em Campo Grande, muito estava ligado a construção do Aquário. Outros imigrantes são senegaleses e sírios.

E como está o programa do Vale Universidade?

Esse projeto caminha muito bem. Tivemos um acréscimo de vagas e ele tem uma importância muito grande para o Estado. Inclusive é uma das grandes preocupações do governador, justamente, para que a acadêmico possa ter uma oportunidade no ensino e concluir de maneira eficaz.

Hoje o acadêmico não precisa parar o ensino e ter a preocupação de ter que financiar o estudo. O Vale Universidade e Vale Universidade Indígena já foi publicado para serem ampliados, só esse último dobrou o repasse de R$ 300 para R$ 600, é um programa eficaz que possibilita um estudo de qualidade.

Foto: Geovanni Gomes. 

Como está o trabalho da Sedhast junto a comunidade indígena?

Dentro da Sedhast foi criada a sub-secretaria para assunto da população indígenas, a Silvana Terena é quem comanda. Nós somos a segunda população indígena no país. O Governo do Estado tem oportunizado essa diálogo com todas as etnias. Na semana passada em comemoração ao mês, referente ao dia do índio. Tivemos representações de fora e das etnias do Estado e com os caciques. Além disso, fizemos o Fórum das Mulheres Indígenas, muitas delas não a chance de conversar, até mesmo por barreiras culturais e que afetam o dia-a-dia delas na aldeia.

Essa sub-secretaria foi algo inovador para abrir o diálogo, e isso está sendo visto com muitos bons olhos. Apesar, que nós ainda temos algumas dificuldades principalmente em Dourados, mais a Silvana Terena está viajando muito pelo estado e creio que ela vai ajudar muito nesse sentido. Nós estamos com o diálogo aberto.

Como senhora analisa a pré-candidatura da vice-governadora Rose Modesto, após ter trabalhado ao lado na Sedhast?

Ele tem experiência e acho que vai ser muito bom para Campo Grande. A notícia foi dada e recebida com um grande prazer. Trabalhando ao lado dela, pude perceber que ela é uma a pessoa maravilhosa e preocupada com a população e aprendi muito com ela.

A Rose ainda tem um carisma muito grande, aprendi com ela a como receber uma pessoa e até como administrar uma gestão. Vim para cá por meio de um convite dela que sempre me abriu as portas. Acho que é isso que a nossa cidade precisa. Ela escuta a população tem capacidade e só vai enaltecer a nossa cidade.

E como a senhora analisa a situação atual de Campo Grande?

Quando a gente fala que Campo Grande está sofrida, a gente vê que isso acontece em todos os seguimentos. Isso foi uma preocupação da Rose, de atender aquela população excluída e permitir a melhora de vida, principalmente, daquelas pessoas que moravam na Cidade de Deus.

O Rede Solidária foi forte ao desenvolver esse projeto naquela região. Agora temos o Rede 2 e vamos finalizar e até junho ou julho deve lançá-los. Todos os detalhes ficará por conta do governador que deverá anunciar e detalhar mais o projeto.

Aproveitando a oportunidade, gostaria de ressaltar o trabalho realizado pelos técnicos que estão dentro da secretaria. Entre governo e sai governo, e a secretaria e eles estão aqui.

Temos muitos servidores de carreira e também outros que estão a muito tempo aqui, não são de concurso, mas eles têm se mentido pela qualidade, compromisso e capacidade em realizar ações dentro do nosso governo e que fazem a máquina funcionar. Quero dar a palavra a eles e o reconhecimento pelo excelente trabalho que eles vêm realizando na Sedhast. 

Foto: Geovanni Gomes.