Polícia

04/08/2016 18:33

Criança foi forçada a comer o próprio vômito em Ceinf da Capital, denuncia recreadora

As denúncias de maus tratos foram entregues ao Sindicato da categoria

04/08/2016 às 18:33 | Atualizado Alessandra Carvalho
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Recreadoras que trabalharam no Ceinf Santa Edwirges, no bairro Aero Rancho, protocolaram uma denúncia de maus tratos a crianças e estrutura precária do local no Sindicato dos Empregados em Entidades Culturais, Recreativas, de Assistência Social, de Orientação e Formação Profissional no Estado de Mato grosso do Sul.

Conforme a recreadora Luciane Rocha da Silva, 46 anos, um menino de três anos foi forçado a comer o próprio vômito. “Essa criança não queria comer arroz, feijão e macarrão com a recreadora devido ao medo e pressão que ela fazia para ele comer. Perguntei a ele o que ele queria. Servi só um pouquinho e ela já estava nervosa e forçou ele a comer. Perguntei para outras recreadoras se já tinham presenciado o que ela fazia com aquelas crianças e contamos para a diretora”.

Luciane foi transferida de sala pela diretora e os maus tratos contra aquela criança teriam continuado. “O menino era ‘danado’ e essa recreadora chamada Flavia Benitez perseguia ele”.


Cupins infestam área do Ceinf - Foto: Repórter Top

O caso foi denunciado no dia 12 de fevereiro de 2015 na Semed ( Secretaria Municipal de Educação) e, somente no dia 7 de junho de 2016, a recreadora foi afastada do Ceinf. “Levamos o caso para a Semed e nada era feito. Ela continuava lá por ser concursada. A diretora soube de tudo e transferia as recreadoras que denunciavam a Flávia”.

Uma auxiliar administrativa de 38 anos que preferiu não ser identificada disse que os maus tratos a crianças não eram os únicos problemas do Ceinf. “Tenho um filho lá e o local está precário. Tem uma montanha de cupim imensa no quintal do Ceinf. Se uma criança for lá, pode morrer. Tem três fossas abertas próximo do parquinho. Reclamamos e colocaram somente um tampão em cima da fossa”.

Segundo ela, as crianças sentam no chão junto com os professores em uma sala pequena. “A sala é muito pequena e cheia de coisa entulhadas. Ninguém tem cadeiras e mesas. Normalmente as crianças sentam em cima de um tapume de isopor colorido. Lá não, é no chão puro. Até o os professores ficam no chão puro. O local não tem parquinho e nem material pedagógico ”, disse a mãe.

Luciane disse que uma criança morreu no local e o caso não veio à tona porque a Semed abafou o caso. “A Semed recebe várias denuncias e não toma providências. Uma criança já morreu naquele Ceinf. Até hoje ninguém sabe o que ocorreu. Soube através das minhas amigas que trabalharam lá. Também fui transferida de lá devido as minhas denúncias”.