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05/09/2016 16:06

Preso pela 2ª vez, ex-presidente da OAS chega à sede da PF em Curitiba

empresário foi alvo de um mandado de condução coercitiva, nesta segunda-feira, pela Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos principais fundos de pensão do país

05/09/2016 às 16:06 | Atualizado Agência Brasil
Werther Santana/ Estadão Conteúdo

O ex-presidente da OAS José Aldemário Pinheiro, conhecido como Léo Pinheiro, que foi preso em São Paulo nesta segunda-feira (5), chegou à Superintendência da Polícia Federal (PF), em Curitiba, por volta das 15h. A prisão preventiva do empresário foi decretada pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância. Segundo Moro, Léo Pinheiro agiu para obstruir investigações relacionadas às irregularidades descobertas na Petrobras.

O empresário foi alvo de um mandado de condução coercitiva, nesta segunda-feira, pela Operação Greenfield, que investiga irregularidades nos principais fundos de pensão do país.

A primeira prisão de Léo Pinheiro ocorreu durante a 7ª fase da Lava Jato, em novembro de 2014. Ele foi condenado a mais de 16 anos de prisão por organização criminosa, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e ainda responde a outros processos ligados à Lava Jato. Léo Pinheiro passou por prisão domiciliar e até esta segunda-feira estava em liberdade provisória.

O advogado Edward de Carvalho, que representa o empresário, disse que está analisando os autos e que, por enquanto, não vai se manifestar sobre a prisão. Ele também relatou que vai entrar com um pedido de habeas corpus.

Léo Pinheiro fará ainda nesta segunda-feira exame de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML) da capital paranaense. O procedimento é padrão e ocorre após a prisão.

Outras suspeitas

No despacho que decretou a prisão de Léo Pinheiro, Sérgio Moro destacou que tramitam ainda diversas investigações perante a Justiça do Paraná e perante o Supremo Tribunal Federal (STF) envolvendo supostas irregularidades de Léo Pinheiro, especialmente relativas a pagamentos de propinas a agentes públicos e políticos.

Entre elas, a investigação envolvendo suposto pagamento de vantagem indevida ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pela OAS, com supervisão direta de José Adelmário Pinheiro Filho, na forma de entrega e reforma de apartamento triplex em empreendimento imobiliário. O ex-presidente Lula nega as acusações.

Trabalhos na CPMI

Ao decidir pela prisão, Moro afirmou ainda que há provas, em cognição sumária, de que Léo Pinheiro teria ordenado o pagamento de propina ao ex-senador Gim Argello para obstrução dos trabalhos de investigação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Petrobras, em 2014. De acordo com o juiz, foram acertados R$ 5 milhões e, em princípio, foi rastreado documentalmente o pagamento de R$ 350 mil.
Em 28 de agosto, Gim Argello foi interrogado pelo juzi Sérgio Moro e negou ter pedido propina para barrar convocações de empreiteiros investigados na Lava Jato na CPMI. O ex-senador está preso desde abril deste ano, quando a 28ª fase da Lava Jato foi deflagrada.

O juiz disse que o ex-presidente da OAS também coordenou juntamente com Júlio Camargo, colaborador da Lava Jato, ação conjunta entre as empreiteiras envolvidas no esquema criminoso na Petrobras para pagamentos de propina com o intuito de obstruir os trabalhos da CPMI.

"O pagamento de propina a parlamentar federal para impedir o regular funcionamento de Comissão Parlamentar de Inquérito é um claro ato de obstrução à investigação e é um indicativo de que há risco às instruções e investigações pendentes perante este Juízo e perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal em relação às condutas de José Adelmário Pinheiro Filho".