Política

20/09/2016 14:51

Câmara abafa segunda prisão de procurador e diz que ação é de 'foro íntimo'

Preso na Operação Midas, André Scaff já foi detido por porte ilegal de munição

20/09/2016 às 14:51 | Atualizado Rodson Willyams
Reprodução / Arquivo TopMídiaNews

O presidente da Câmara Municipal, vereador João Rocha, do PSDB, evitou tecer qualquer tipo de manifestação sobre a prisão preventiva do procurador da Casa de Leis, André Scaff. Ele e a esposa Karina Mauro Scaff foram detidos após determinação do juiz da 1ª Vara do Tribunal do Júri, Carlos Alberto Garcete, na Operação Midas, realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado).

Segundo João Rocha, o caso não tem qualquer tipo de envolvimento com a Câmara Municipal e ressaltou que estaria impedido de emitir qualquer tipo de declaração, uma vez, que a Casa não foi notificada oficialmente sobre a investigação. "Não posso emitir qualquer tipo de opinião, porque esse caso se trata de foro íntimo. Mas essas pessoas são conhecidas, amigas minhas, mas oficialmente, não fomos notificados sobre nada". 

Rocha afirmou que exerce a função de presente da Casa de Leis e que cuida de casos específicos que estejam na alçada institucional. "Por isso, não posso misturar as coisas porque foge do institucional formal. E em razão disso, tenho desconhecimento desta denúncia, o que soube foi por meio da imprensa e não tenho como me manifestar". 

Além disso, o magistrado determinou a condução coercitiva de 22 pessoas, entre elas estão empresários, alguns já conhecidos de outras investigações, e dois vereadores, Carlão (PSB) que ocupa a função de 1º secretário da Casa de Leis, e o vice-presidente da Casa de Leis, Flávio César, do PSDB. Sobre eles, Rocha também explicou que a Casa de Leis não foi notificada, que o assunto seria de foro íntimo e que não poderia se manifestar. 

Ex-secretário titular da Seplanfic (Secretaria Municipal de Planejamento, Finanças e Controle) durante a gestão do ex-prefeito de Campo Grande, Gilmar Olarte, André Scaff foi preso pela segunda vez, considerando que, em maio deste ano, durante batida do Gaeco na residência do procurador e no gabinete dentro da Casa de Leis, ele foi detido por posse ilegal de munição, uma vez, que as balas não teriam registro. 

Em razão disso, o presidente apenas afirmou que André Scaff é servidor concursado da Casa e que as ações realizadas são 'individuais' e não teriam 'vinculação' com a Câmara Municipal.  Scaff, desde que foi alvo de ação do Gaeco, não sofreu qualquer tipo de sindicância pela Casa. 

Na lista de alvos da Operação Midas estão: André Luiz dos Santos, Andreia Silva de Lima, Ariel Dittmar Raghiant, Carlos Augusto Borges, Carlos Gustavo Cardoso Coppola, Conrado Jacobina Stephanini, Glávio César Mendes de Oliveira, Guilherme Muller, João Abib Mansur, João Alberto Krampe Amorim dos Santos, José Audax Cesar Oliva, José Luiz Moreno Bisogenin, Luciano Fonseca Coppola, Mariana Andrade D´avilla Souza, Olmar Aparecido Moura, Orlando Torre da Silva, Paulo Francisco Coimbra Pedra, Pedro Marilto Vidal de Paulo, Reginaldo João Bacha, Ricardo Schettini Figueiredo, Ricardo Teixeira Albaneze, Sandra Maristela.