Interior

23/09/2016 19:45

Saúde confirma dois primeiros casos de microcefalia por Zika na grande Dourados

Um dos casos foi confirmado ainda durante a gravidez, por meio de ultrassom

23/09/2016 às 19:45 | Atualizado Thiago de Souza - Dourados Agora
Casos notificados receberam confirmação em setembro - Dourados Agora

Foram confirmados dois casos de bebês com microcefalia em Dourados e Caarapó, nesta sexta-feira (23), pelo Ambulatório de Investigação de Zika Vírus do Hospital Universitário da UFGD (Universidade Federal da Grande Dourados).  

O primeiro registro foi constatado ainda durante a gravidez, por meio de exame de ultrassom, numa paciente moradora de Dourados. O segundo caso é de uma paciente que mora em Caarapó, e as alterações só foram constatadas após o nascimento do bebê. Ambos os casos continuam em acompanhamento pela equipe multiprofissional do Ambulatório de Zika.  

Os casos

Segundo o Dourados News, a paciente de Dourados tem 25 anos de idade e procurou o Ambulatório em maio, com sete semanas de gestação, apresentando sintomas sugestivos de zika: vermelhidão na pele, febre e coceira pelo corpo. Foram coletadas amostras de sangue e urina, sendo confirmada a presença do vírus no exame de sangue (por uma técnica denominada RT-PCR).

Agora em setembro, já com 21 semanas de gestação, um exame de ultrassom mostrou que o feto tem diversas alterações compatíveis com a infecção pelo zika vírus. "O exame de imagem mostrou que o bebê apresenta microcefalia, hidrocefalia, mãos e pés tortos congênitos, que estão, de fato, associados à infecção pelo vírus", informou o infectologista Júlio Croda, coordenador do Ambulatório de Zika do HU-UFGD.

A paciente de Caarapó tem um histórico semelhante. Ela foi atendida no Ambulatório em fevereiro, com oito semanas de gestação, apresentando os sintomas de zika. Foi coletado sangue e o exame confirmou a infecção.

Os exames de ultrassom realizados no decorrer da gravidez não mostraram alterações no bebê. A criança nasceu dia 12 de agosto e então foi constatada a microcefalia, além de outras alterações, como aumento do tamanho do rim esquerdo e má-formação no pé direito. 

Acompanhamento

Para garantir atendimento adequado aos bebês que nasçam com microcefalia e outras alteração decorrentes da infecção pelo zika vírus, o Ambulatório de Zika do HU-UFGD estabeleceu um acordo com a Clínica de Fisioterapia da Unigran.

Tanto o bebê de Caarapó, nascido em agosto, quanto o que ainda vai nascer em Dourados já estão sendo encaminhados para os atendimentos, que incluem hidroterapia e equoterapia, além de todo o protocolo estipulado pelas Diretrizes de Estimulação Precoce para bebês com microcefalia, lançadas em janeiro deste ano pelo Ministério da Saúde.