Polícia

04/01/2017 09:23

Morte de Jorge Rafaat foi estopim para massacre com 56 assassinados

O assassinato do narcotraficante deu indícios de que uma guerra entre facções seria iniciada

04/01/2017 às 09:23 | Atualizado Dany Nascimento

A rebelião que culminou na morte de 56 presos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus, pode estar ligada a morte do narcotraficante brasileiro Jorge Rafaat Toumani, 56 anos, assassinado em junho do ano passado, em Pedro Juan Caballero, no Paraguai.

A execução de Rafaat deu indícios de que uma guerra seria iniciada entre as facções criminosas e conforme  o governo do Amazonas, a rebelião entre os prisioneiros durou 12 horas. De acordo com o site Globo, o Batalhão de Choque entrou no local para verificar o número de presos que conseguiram fugir durante o ato.

 "Nós acabamos de entrar no Compaj. O Choque acabou de entrar e nós estamos fazendo a conferência. Ainda estamos fazendo a conferência dos fugitivos, mas ainda não temos um número consolidado. Vamos ter que recontar todo mundo. Com relação aos mortos, nós acreditamos pela contagem inicial, a não ser que haja algum corpo em algum lugar que a gente não tenha encontrado, que seja em torno de 50 a 60 corpos no máximo, 50 homens assassinados nessa rebelião. Os corpos estão sendo encaminhados para o IML e lá vamos fazer a identificação", disse o Secretário de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM), Sérgio Fontes.

Esse é o segundo maior massacre em presídios, em número de mortes, na história do Brasil, atrás apenas do ocorrido no Carandiru, em São Paulo, em 1992, quando 111 presos foram mortos.

Para o secretário, o estopim da crise foi o narcotráfico. "Os interesses são sempre ligados ao narcotráfico. Infelizmente em outros estados já ocorreu isso. Nós entendemos, o governo do estado do Amazonas e principalmente o governador José Melo, que isso é um problema do governo federal, um problema de todos e não só do Amazonas que implica toda a sociedade. Nós hoje e ontem vivemos mais um capítulo dessa disputa pelo tráfico de substâncias entorpecentes".