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16/01/2017 10:36

Presos fazem nova rebelião em cadeia pública de Natal

No último dia 9, o ministério autorizou a prorrogação da permanência da tropa no estado por mais 60 dias

16/01/2017 às 10:36 | Atualizado Agência Brasil
Agência Brasil

Presos da Cadeia Pública Professor Raimundo Nonato, em Natal (RN), se rebelaram na madrugada de hoje (16). Os detentos amotinados colocaram fogo em colchões e tentaram chegar até uma ala onde ficam os internos ameaçados de morte, sendo impedidos por policiais militares. Segundo a Secretaria Estadual de Segurança Pública e da Defesa Social (Sesed), não houve fugas ou feridos e a situação já foi controlada.

O motim aconteceu um dia após detentos da Penitenciária Estadual de Alcaçuz, na região metropolitana da capital potiguar, matarem 26 internos. De acordo com a assessoria da Sesed, a ação dos presos da cadeia pública pode ser uma reação à iniciativa das autoridades de segurança pública, que planejaram inspeções nos principais estabelecimentos carcerários e, se necessário, a transferência de presos. As dependências de Alcaçuz devem voltar a ser revistadas em busca de armas, celulares, drogas e outros objetos ou substâncias proibidas.

Localizada no centro de um bairro popular, a cadeia pública está rodeada por residências, comércio e escolas. Segundo o comerciante José Lourenço da Silva, que há 20 anos mantém uma loja de peças automotivas em frente à unidade, fugas e tentativas são frequentes. “Trabalho aqui há mais de 20 anos. Sempre há confusão, tumulto. Os moradores ficam apreensivos, lógico. Há uma tensão por medo de fugas, mas, geralmente, a polícia age logo e contém a situação”, contou Silva à Agência Brasil.

A ação do crime organizado nos últimos anos e as condições dos cárceres obrigaram o governo estadual a decretar, em março de 2015, estado de calamidade pública no sistema penitenciário. Pouco mais de um ano depois, em julho de 2016, grupos criminosos passaram a realizar uma série de ataques orquestrados a ônibus e prédios públicos. A situação levou o governador Robinson Faria a solicitar ao Ministério da Justiça a presença da Força Nacional de Segurança Pública, que desde agosto do ano passado está auxiliando as forças policiais locais no policiamento ostensivo.

No último dia 9, o ministério autorizou a prorrogação da permanência da tropa no estado por mais 60 dias. Após a chacina em Alcaçuz, o governador pediu a ampliação do efetivo da Força Nacional