Política

22/01/2017 09:15

Sem dinheiro da prefeitura, liga das escolas de samba 'dá jeitinho' para conter despesas

Associação dos blocos só vai receber recursos do governo estadual

22/01/2017 às 09:15 | Atualizado Thiago de Souza
Entidades não terão dinheiro da prefeitura para o carnaval - PMCG

Sem nenhum tostão da Prefeitura da Capital para o desfile das escolas de samba de Campo Grande em 2017, a Lienca (Liga das Escolas de Samba de Campo Grande), fez alterações no regulamento para que as agremiações tenham menos despesas e possam fazer um desfile com o mínimo de qualidade. 

O presidente da entidade, José Eduardo de Souza Neto, se mostrou conformado com a decisão da prefeitura e disse que tanto a liga quanto as escolas de samba também 'entenderam' a situação de crise financeira vivida pelo atual gestor, o prefeito Marquinhos Trad (PSD). 

Neto disse que apesar da falta de dinheiro, a SecTur (Secretaria de Cultura e Turismo) vai disponibilizar a estrutura necessária para o desfile, como banheiros químicos, arquibancada e caminhão de som.  Ainda segundo o presidente, em 2015 e 2016 a liga recebeu R$ 160 mil para fomentar o desfile das escolas. 

Uma das saídas para a falta de dinheiro, conta Neto, é adaptar o regulamento dos desfiles a fim de que as escolas reduzam os custos. Um exemplo foi a redução no número de pré-carnavais realizados anteriormente, que caiu de seis para apenas um em 2016. ''Só está mantido o lançamento do carnaval 2017 que vai ser na Praça do Rádio'', explicou. Ele acrescentou que o evento conta com um mínimo de integrantes das agremiações que vão apresentar o samba enredo para os foliões. 

O desfile das escolas de samba dos grupos de acesso e especial acontecem nos dias 27 e 28 de fevereiro (segunda e terça-feira), na Praça do Papa.  A apuração acontece na quarta-feira de Cinzas e o desfile das campeãs será na sexta-feira, na Praça do Rádio Clube. 

Blocos 

Conforme disse em reunião com a diretoria da SecTur, na Capital, Walfrido de Almeida, o 'Dudu', presidente da Ablanc (Associação de Blocos, Bandas, Cordões e Corso Carnavalesco e Cultural de Campo Grande), estima que 20 blocos carnavalescos participem do desfile, que acontece na Avenida Calógeras, na Esplanada Ferroviária. Segundo ele o custo maior é com as camisetas dos membros dos blocos, que chega a custar de R$ 13 a R$ 18. ''Vai ser uma pena se não sair, mas a gente faz muito com pouco'', disse Dudu, que promete não deixar a folia diminuir. 

No ano passado a entidade recebeu R$ 20 mil da prefeitura para realizar os desfiles na Capital. Este ano a Ablanc deve receber somente R$ 40 mil do governo estadual

Sem festa 

Em 2016, o carnaval de rua na Avenida Fernando Corrêa da Costa, no centro de Campo Grande, não foi realizado por falta de recursos. Este ano a folia no local também não vai acontecer.