Um novo racha na base de sustentação do governo na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul pode impedir a aprovação da proposta de Emenda a Constituição que estabelece o teto dos gastos do Governo do Estado por dez anos. O deputado Paulo Siufi, do PMDB, ameaça deixar a base após ter projeto arquivado.

A PEC foi aprovada na sessão de 22 de março, por apenas um voto acima do necessário. Dos 2/3 terços dos votos exigidos para aprovar uma emenda a constituição estadual, a proposta passou com 17 votos favoráveis e cinco contrários. Com a possibilidade de Siufi deixar a base, o governo do estado fica vulnerável a ter a proposta rejeitada em plenário.

O governador Reinaldo Azambuja iniciou o ano de 2017 com uma base de sustentação de vinte parlamentares. Entretanto, após a polêmica envolvendo a disputa da presidência da Comissão de Constituição, Justiça e Redação, o deputado Lídio Lopes (PEN) foi o primeiro a declarar independência ao Governo e tem votado de maneira contrária as propostas governamentais.

Com a saída de Siufi da base aliada, o governo do Estado terá seis votos contrários na votação em segunda discussão da PEC do teto dos gastos. Com isso, ficam 16 votos favoráveis, garantindo a aprovação da emenda. Entretanto, basta apenas mais um deputado votar contra, que a matéria seria rejeitada, não podendo mais ser apresentada nesta legislatura, o que enterraria os planos de Azambuja de limitar os gastos do governo e dos demais poderes.

A desavença com Paulo Siufi começou após o vice-líder do Governo na Casa de leis, deputado Beto Pereira, emitir parecer contrario a tramitação de projeto de autoria de Siufi. Por duas sessões consecutivas o parlamentar recém-empossado utilizou a tribuna para expressar a sua indignação.

Na sessão desta quinta-feira, 23 de março, Siufi tirou satisfação em público de que supostamente Beto Pereira teria ameaçado o parlamentar. “Me disseram que o senhor disse ‘Eu ainda pego esse cara’. Sou homem suficiente para discutir todos os assuntos pertinentes. Não sou homem de falar pelas costas. Eu falo olhando nos olhos”, disse Siufi a Beto Pereira.