Campo Grande

22/05/2017 13:10

Centro de escândalo, JBS 'ajuda' prefeitura com R$ 1,5 milhão sem contrapartida

Convênio prevê repasse do frigorífico sem nenhum tipo de contrapartida financeira do município

22/05/2017 às 13:10 | Atualizado Diana Christie
PMCG

Em Campo Grande, a Sedesc (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico e de Ciência e Tecnologia) recebeu pouco mais de R$ 1,5 milhão do Grupo JBS S/A, dos empresários Joesley e Wesley Batista, neste ano. O dinheiro é referente a dois convênios assinados em 23 de fevereiro pelo secretário Luiz Fernando Buainain.

“O convênio existe desde 2009 e prevê repasse do frigorífico JBS à Prefeitura de Campo Grande, sem nenhum tipo de contrapartida financeira do município e com ciência do Ministério da Agricultura, em ato público e transparente, divulgado no Diário Oficial de Campo Grande”, destaca a assessoria do município.

Segundo a prefeitura, o convênio venceu no dia 31 de dezembro de 2016 e foi refeito para manutenção do serviço de fomento ao desenvolvimento econômico, ciência e tecnologia, agronegócio, pesca e aquicultura. O dinheiro é usado para capacitação de servidores e programas de desenvolvimento da economia de Campo Grande.

“A prefeitura também investe o recurso no estudo da cadeia produtiva da carne, na emissão do selo do Serviço de Inspeção Municipal (SIM), treinamento de técnicos do agronegócio, acompanhamento da agricultura familiar, tecnologia e informação de várias cadeias produtivas do município, entre outros programas da Sedesc”, explica a assessoria.

O primeiro convênio, no valor de R$ 1.125.000,00, foi repassado em quatro parcelas, sendo R$ 450 mil em fevereiro; e as demais, de R$ 225 mil, em março, abril e maio. O recurso partiu da JBS - Unidade II, de responsabilidade de Bruno Cézar Limiere, em acordo com validade de cinco meses a contar da data da assinatura do documento.

Com investimentos menores, o segundo convênio é de R$ 391 mil. A primeira parcela foi paga em janeiro, no valor de R$ 51 mil, a segunda, de R$ 106 mil, em fevereiro; e as demais, de R$ 78 mil, em março, abril e maio. Neste caso, o dinheiro partiu da JBS Duque de Caxias, de responsabilidade de Luciana Ubaldina do Rego Ribeiro.

JBS

Apesar do escândalo nacional, os recursos fazem parte de uma negociação comum entre poder público e as instituições privadas. A prefeitura de Campo Grande também não é citada na delação premiada do Grupo J&F, que detém a rede de frigoríficos JBS, divulgada na última sexta-feira (19).