Cidades

29/07/2017 09:30

Família denuncia que guarda apontou arma para deficiente em UPA e caso acaba na delegacia

Família reclama que Guarda Municipal teria apontado arma de choque para deficiente

29/07/2017 às 09:30 | Atualizado Liziane Berrocal
Divulgação

Uma confusão envolvendo pacientes e acompanhantes no UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Universitário acabou na delegacia. Segundo as informações enviadas à redação, havia um grande número de pessoas esperando atendimento médico quando começou bate boca e confusão por causa da demora. A reclamação foi que a Guarda Municipal teria ameaçado um deficiente com uma pistola de choque. 

“Os pacientes estavam esperando para serem atendidos desde as 7h a manhã e por volta das 13h começou uma confusão de pessoas reclamando da demora do atendimento. Foi quando a briga começou”, contou uma paciente que entrou em contato com a redação.

Entre eles estava o jovem Lucas da Silva de Oliveira, de 19 anos. De acordo com Lucas, ele estava esperando juntamente com um primo deficiente para que este recebesse atendimento médico, quando a confusão começou.

“Meu primo está com febre e conjuntivite. Várias pessoas começaram a discutir, a brigar, então chegou a Guarda Municipal, daí, só nós fomos acusados. Quando ele saiu da consulta fomos trazidos para a delegacia”, contou.

Lucas ainda explicou que não foi agredido, porém, que não concorda com os guardas municipais apontando uma pistola de choque para o primo, que não entendeu nada do que aconteceu.

“Eu vim para a delegacia porque eu não devo e colocaram a pistola de choque em nós, e saímos. Ele tem 29 anos, mas ele tem síndrome de Down e nem conseguia falar nada do que estava acontecendo”, reclamou. 

Prefeitura contesta versão

A assessoria de imprensa da Prefeitura de Campo Grande confirmou a confusão, porém, afirmou que segundo a gerência da unidade, os funcionários tiveram a integridade ameaçada. "A unidade estava atendendo com 4 médicos clínicos, sendo 1 na área vermelha, e 5 pediatras no momento do ocorrido. Alguns pacientes começaram a questionar a suposta demora no atendimento, entre eles o Lucas da Silva que estava acompanhado de um rapaz com Síndrome de Down", confirmaram por meio de nota.

Ainda de acordo com as informações oficiais, segundo a gerência da unidade, os pacientes estavam bastante exaltados e invadiram a área restrita da unidade, passando a ameaçar os servidores, colocando em risco a integridade física deles e de pacientes que estavam na enfermaria. "Diante do ocorrido, a Guarda Municipal foi acionada e ao repreender o paciente, os agentes foram desacatados com palavras de baixo calão e ameaças. Diante disso, os agentes detiveram um dos envolvidos (Lucas da Silva), que foi encaminhado para a delegacia das Moreninhas e o seu acompanhante levado até a casa de sua mãe", apontaram. No entanto, a foto mostra o deficiente em frente ao 4º Distrito Policial nas Moreninhas. 

A Sesau garantiu que apesar das unidades estarem cheias, todos os casos mais graves foram atendidos de forma célere, conforme a classificação de risco.