Polícia

25/09/2017 09:31

Detentos aproveitam paralisação de agentes e tentam fugir da máxima

Eles serraram as grades da cela, cortaram alambrados, mas foram flagrados pelas câmeras de segurança

25/09/2017 às 09:31 | Atualizado Anna Gomes
Arquivo Top Mídia News

Pelo menos quatro detentos tentaram fugir do Presídio de Segurança Máxima na tarde deste domingo (24), em Campo Grande. Eles aproveitaram a paralisação de 24h dos agentes penitenciários e serraram as grades da cela, cortaram alambrados, mas foram flagrados pelas câmeras de segurança.

Os internos foram identificados como Olivio Gabriel Silva, 31, José Luiz Alencar Domingos,22, Marcelo Lima Gomes,33, e Thierry Fernando Paim de Castro de 20 anos. Segundo informações da polícia, os detentos estavam na cela 116 do Pavilhão I 'B'.

Conforme o boletim de ocorrência, o interno Thierry deveria estar custodiado na cela 115 do mesmo pavilhão, porém, trocou de cela com o interno Alysson Ferreira dos Santos Sanches para assim tentar fugir da penitenciária.

Ainda segundo o registro policial, os internos também chegaram a confeccionar uma corda artesanal, conhecida como 'tereza'  para escalar a muralha do presídio, mas foram barrados. Eles não precisaram ser encaminhados para a Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário), pois já teriam sido isolados em cela disciplinar para as providências administrativas, ficando à disposição para procedimentos da autoridade policial.

Olivio, Thierry e José Luiz apresentam escoriações pelo corpo, provavelmente, lesões provenientes da passagem pelas grades e alambrados que foram serrados e cortados para possibilitar a fuga.

Paralisação dos agentes

Os servidores penitenciários paralisaram suas atividades nas 54 unidades prisionais de Mato Grosso do Sul neste domingo.  A mobilização tem o intuito de chamar a atenção do governo em relação a falta de infraestrutura, para garantir a segurança dos agentes e detentos  que cumprem pena nos presídios.

Mato Grosso do Sul tem apenas 1.600 servidores e destes, somente 900 fazem a custódia dos cerca de 16 mil detentos. “Estamos trabalhando acima do limite. Todos os dias temos um pouco mais de 200 agentes para cuidar de uma massa carcerária que é considerada a maior do país por habitante.  O que dá uma média de 200 ressocialização para cada servidor. Enfrentamos 5 envenenamentos, 2 atentados e são 7 pessoas marcadas para morrer. Sem falar nos atentados em Coxim e Naviraí”, ressalta o presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários, André Luiz Santiago.

Clima tenso

A mobilização dos agentes penitenciários deixou o clima tenso em presídios do Estado. Ontem, segundo o sindicato da categoria, presos de Rio Brilhante e do Presídio Estadual de Dourados, iniciaram motins quebrando celas e portas dos locais.