Polícia

30/09/2017 07:00

'Deivid dizia que ganhava famílias carentes com R$ 5', revela vizinha de assassino pedófilo

Mulher conta como era comportamento do acusado e das suspeitas que rondavam a vizinhança

30/09/2017 às 07:00 | Atualizado Dany Nascimento
Reprodução/Facebook

Revoltada com os crimes praticados pelo suspeito de assassinar e desaparecer com o corpo de Kauan Andrade Soares, 9 anos, uma vizinha de Deivid Almeida Lopes, de 38 anos, que optou por não ter o nome revelado, afirmou ao TopMídiaNews que conhece o professor desde a adolescência e muitos moradores tinham conhecimento de que ele se relacionava com menores, tendo como alvo principal, meninos carentes.

Deivid residiu na região do bairro Iracy Coelho desde a adolescência e mudou para o bairro Coophavila após se casar.

A mulher de 42 anos destaca que os vizinhos não denunciavam porque era muito difícil juntar provas, mas relembra que já invadiu a casa de Deivid, ameaçando acionar a polícia ao encontrar cinco meninos que aparentavam ter idade entre 13 e 15 anos ingerindo bebida alcóolica.

“Um dia eu vi um grupo de meninos indo no mercado, eles voltaram com um litro de vodka e entraram. Da minha casa eu conseguia ver eles tomando no quintal, não aguentei e fui até lá. Eu entrei e falei, se você não parar com isso agora, eu vou chamar a polícia para você. Voltei para casa e, quando fui ligar, minha mãe não deixou porque até a polícia chegar, ele poderia mandar os meninos irem embora e não teríamos prova nenhuma contra ele”, conta a mulher.

Mãe de dois filhos, a vizinha garante que já havia orientado Deivid para manter distância de seus filhos. “Eu falei mil vezes para ele ficar longe dos meus filhos porque eu sabia do que ele gostava. Alertava meu filho também porque dava horário de saída de escola aqui no bairro, ele estava na porta da escola Zélia Quevedo Chaves todos os dias observando as crianças que saíam. Ele conversava bem, era uma pessoa inteligente, sempre foi muito estudioso e era uma pessoa aparentemente tranquila. Meu pai já viu ele em um lava-jato com vários meninos”.

Ela relembra que Deivid já tinha dito que ganhava famílias carentes com R$ 5. “Todos eram menores carentes. Os meninos tinham parentes em Bela Vista, em assentamentos, toda vez que minha vizinha queria visitar a mãe dela que também mora lá, ele dividia gasolina, colocava os meninos dentro do carro e ia para lá. Uma vez meu pai viajou com eles, junto com Deivid e meu pai via ele deixar os meninos andarem no carro dele, meu pai pensava que ele estava aprontando. Um dos parentes dessa minha vizinha quis bater nele, mas meu pai não quis saber o motivo, só ficou observando. Até Deivid falava que qualquer R$ 5 ganhava todo mundo da família”.

Casamento de fachada

De acordo com a mulher, Deivid casou com uma menina de 16 anos e o comentário entre a vizinhança é de que essa era uma tática do professor para tentar tapar os erros que cometia com crianças. “Aqui no bairro todo mundo sabia. Uma época ele casou e mudou para o bairro Coophavila, casou com uma menina de 16 anos, ficou casado com essa menina por dois anos. Até então falávamos que era mentira para tapar buracos de besteira que ele fazia. Ele era bissexual, usava mulherada para disfarçar, para as pessoas acharem que ele casou e estava bem".

"Ele tinha um jeito afeminado, aparentava ser homossexual em algumas atitudes. Uma época ele casou com uma professora, ficou casado por cinco, seis anos, ela ajudou muito ele. Ela era espírita e ele também dizia que era. Fiquei sabendo de vários casos que ele falava que tinha que ter relação sexual com a mulher do cara para desfazer o mal entre o casal. Ele falava essas barbaridades”, continua.

Alguns vizinhos, conforme a entrevistada, acreditam que ele já teria abusado dos filhos da mulher com quem se casou pela última vez, já que ela tinha um casal de filhos. “Muitas pessoas suspeitam que ele fazia isso. Ela tinha uma menina de 16 anos e um rapazinho, conversas saíram de que ele teria abusado dos dois”.

Sobre Deivid ter assassinado Kauan e desaparecido com os restos mortais do garoto, a vizinha diz que o crime chocou a população, que não imaginava que ele era tão ‘monstruoso’ ao ponto de assassinar alguém. “Nunca imaginamos que ele mataria, era uma pessoa muito inteligente. O pai dele faleceu, a mãe dele mora aqui com o padrasto. Depois que ele assassinou o menino, a mãe dele veio do Mato Grosso, mas não tem contato com muitos vizinhos aqui não. Acho que ela tem vergonha do monstro que é o filho dela".

"Todo mundo está de boca aberta, ninguém imaginava que ele ia chegar a esse ponto, um amigo em comum que temos era ligado a ele, hoje esse meu amigo fala que ele fazia essas coisas, pegava menor. Esse amigo dava conselhos para ele não agir assim, aconselhava, mas não adiantava. A verdade é que não conhecemos ninguém. Sabíamos que ele era homossexual, gostava de meninos, mas matar a criança, ninguém nunca imaginou”, finaliza.