Política

02/10/2017 07:00

'Farra das diárias': MPE investiga Câmara por gastar R$ 97 mil com seminários em nove meses

Somente presidente da Casa de Leis gastou quase R$ 9 mil com esse tipo de evento

02/10/2017 às 07:00 | Atualizado Thiago de Souza
Maria Lúcia Miranda liderou gastos com diárias em Bonito - Câmara Bonito

O Ministério Público Estadual investiga irregularidades na concessão de diárias a vereadores de Bonito. Somente nos primeiros nove meses deste ano, foram gastos R$ 97 mil com despesas dos parlamentares, a maioria justificada com seminários em Campo Grande.

Conforme o Portal da Transparência, a diária paga para a vereadora Luisa Aparecida Cavalheiro de Lima, que fez curso em Campo Grande no mês de setembro, foi de R$ 494. Segundo a descrição da planilha de gastos, a despesa se refere a apenas um dia de atividade na Capital.  

Os seminários de vereadores foram os que mais oneraram a receita da Câmara da cidade turística. Foram pagos valores de R$ 1.482 a sete vereadores. No total, foram dez mil reais com esse evento.

Somente a presidente do legislativo municipal, a vereadora Maria Lúcia Gonçalves de Miranda (PSDB) foi responsável por gastar R$ 8.892 com esse tipo de evento. Há outros gastos em nome dela, sendo que alguns nem foram detalhados os motivos, como R$ 494 que constam na planilha.

(Procedimento aberto pelo MPE para apurar possível 'farra das diárias' em Bonito -Foto: Reprodução MPE)

No mesmo portal, não há informação se, na Casa de Leis, há um programa para otimizar os gastos do dinheiro público, como promover o transporte de todos os vereadores em um único veículo (van), para reduzir as despesas, ou optar por hospedagem em hotéis mais simples e em grupo, o que poderia render desconto.

Conforme relatório da 1ª Promotoria de Justiça de Bonito, em 17 de agosto, ''foi constatada a necessidade de verificar a legalidade ou ilegalidade na concessão pela presidente da Câmara de diárias com vistas à frequência aos seminários oferecidos pela União das Câmaras''.

O procedimento para a coleta de indícios para que as investigações sejam iniciadas foi prorrogado por 90 dias.