Política

26/12/2017 18:22

'Governador que quiser financiamento vai ter de apoiar a reforma da previdência', ameaça Marun

Medida é para que as mudanças na previdência sejam aprovadas 'sem susto'

26/12/2017 às 18:22 | Atualizado Thiago de Souza com informações do G1
Marun quer apoio à reforma em troca de financiamento - Nilson Bastian - Câmara dos Deputados

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (PMDB-MS), afirmou nesta terça-feira (26) que governadores interessados em receber recursos federais e obter financiamentos junto a bancos públicos terão de ajudar o Palácio do Planalto a aprovar a reforma da Previdência Social.

Conforme o G1, Marun deu a declaração após ser questionado sobre nota publicada no jornal "O Estado de S. Paulo" segundo a qual o governador de Sergipe, Jackson Barreto (PMDB), afirmou que o governo federal pretende liberar empréstimos junto à Caixa depois da votação da reforma.

O objetivo do presidente Michel Temer era aprovar as mudanças na Previdência ainda neste ano, mas, como não houve consenso entre os partidos da base aliada, a análise da proposta ficou para fevereiro do ano que vem.

"O governo espera que aqueles governadores que têm recursos a serem liberados, financiamentos a serem liberados, o governo espera desses governadores, como de resto de todos os agentes públicos, uma reciprocidade no que tange a questão da Previdência", disse Marun nesta terça.

Responsável pela articulação política do Planalto, o ministro defendeu o uso dos financiamentos concedidos pela Caixa Econômica, pelo Banco do Brasil e pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) como forma de o governo conseguir votos a favor da reforma.

Na avaliação de Marun, os financiamentos dos três bancos públicos são "ações de governo" e, por isso, podem ser incluídos na discussão sobre a proposta.

"Nesse sentido, entendemos que deve, sim, ser discutido com esses governantes alguma reciprocidade no sentido de que seja aprovada a reforma da Previdência", declarou.

Reunião com Temer

Marun discutiu nesta terça com o presidente Michel Temer as estratégias que o governo usará em janeiro, mês de recesso parlamentar, para convencer deputados a votar a favor da reforma.

Segundo o ministro, ele disse ao presidente ter "certeza" da aprovação da proposta em fevereiro.

Ainda de acordo com o chefe da Secretaria de Governo, a estratégia será discutida novamente nesta quarta (27), numa reunião com Temer e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Reforma da Previdência

A aprovação da reforma da Previdência é o principal objetivo do governo no Congresso Nacional para 2018.

A discussão sobre a proposta começará em 5 de fevereiro. A votação está marcada para duas semanas depois, no dia 19.

Por se tratar de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), a reforma exige os votos favoráveis de pelo menos 308 dos 513 deputados. Após passar por duas votações na Câmara, a proposta ainda precisará ser aproada pelo Senado.