Saúde

29/12/2017 13:14

Repórter Top: leitora relata tarde e noite de caos em Upa de Campo Grande

Mesmo com unidade vazia, atendimento não era realizado

29/12/2017 às 13:14 | Atualizado Thiago de Souza
Repórter Top: leitora relata tarde e noite de caos em Upa de Campo Grande - Repórter Top

Uma moradora do bairro Piratininga se revoltou após esperar oito horas por atendimento médico, no Upa do Jardim Leblon, em Campo Grande. Ela foi acompanhar um sobrinho de 22 anos, mas percebeu que pacientes com a classificação azul nunca eram atendidos.

Ela reclama que chegou às 15h e saiu às 23h30 de quarta-feira (27). Conforme a denunciante, havia três médicos no local, porém somente o pediatra atendia. ''Os outros dois sumiram', relata.

Por volta das 23h, ela observou que muitos pacientes também desistiram de aguardar, mas mesmo assim , ninguém era chamado para a consulta. Ela questionou uma atendente sobre o atendimento a pacientes com risco azul, e foi informada que era preciso atender todos os que eram risco verde para chegar até ele.

(Sem atendimento, mulher usou redes sociais para para desabafar - Foto: Reprodução Facebook)

Diante de tanta demora, de hora em hora, a mulher postava a indignação nas redes sociais e cobrava ações da prefeitura.

A humilhação, diz a acompanhante, foi maior por sair sem que o parente fosse atendido. ''O risco azul não é atendido. A gente vem aqui para ser palhaça?', questionou. Na visão dela, se um paciente classificado como azul piorasse, o ideal era intercalar com outros pacientes.

''Meu sobrinho estava debilitado, desidratado, com vômito e diarreia e sem comer o dia  inteiro'', revelou.

A denunciante só deixou a unidade assim que conseguiu um registro de que foi buscar atendimento com a assistência social. ''Isso porque eu fiz um escândalo básico. Fiquei muito nervosa'', disse.

Outro lado

Em nota oficial, a Secretaria Municipal de Saúde, via assessoria de imprensa, rebateu as informações. Veja na íntegra:

"No período vespertino (12h às 18h) haviam 4 médicos clínicos fazendo o atendimento e no noturno (a partir de 18h) eram 4 clínicos e 5 pediatras . A eventual demora se deu justamente por conta da alta demanda de pacientes, principalmente de casos mais graves, sendo que os mesmos têm prioridade conforme a classificação de risco. É preciso reforçar que nas unidades de urgência, ou seja, nas UPAS e CRSs, ao passar pela triagem os pacientes recebem uma cor: azul, verde, amarelo e vermelho, que define o seu grau prioridade. Pelo protocolo, paciente menos graves, classificados como azul e verde, tem um prazo de até 4 horas para serem atendidos e acabam sendo preteridos em detrimento dos pacientes classificados como amarelo ou vermelho que são pacientes em estado grave.

Conforme o censo da Coordenadoria de Urgência, no início da tarde, haviam 72 pacientes classificados como verde para serem atendidos na UPA Leblon e 15 azuis. À noite o número de pacientes classificados como verde aguardando atendimento caiu para 23".

(Jovem passou oito horas na Upa e não foi atendido - Foto:Reprodução)