Política

há 6 anos

Assassinato de pedreiro motiva debate entre vereadores de Campo Grande

Delegado Wellington atacou atitude da Defensoria Pública por criticar operação da polícia

10/05/2018 às 11:59 | Atualizado Celso Bejarano e Rodson Williams
Rodson Williams

Vereador Wellington de Oliveira, do PSDB, delegado da Polícia Civil licenciado, criticou na manhã desta quinta-feira (10), em sessão da Câmara Municipal de Campo Grande, uma ação judicial movida pela Defensoria Pública, contrária a uma operação que envolvera Guarda Municipal, Polícia Civil e Polícia Militar. 

Para reforçar seu discurso, o vereador citou um assassinato ocorrido na cidade, na segunda-feira passada, quando um pedreiro foi morto a facada ao tentar defender uma mulher que era assaltada num ponto de ônibus.

Wellington iniciou o discurso com palavras de condolências à família do pedreiro e, logo depois, disse que desaprovava a atitude da Defensoria Pública.

O vereador relembrou recente operação policial promovida na cidade com a intenção de identificar os moradores de rua. Na ação, disse Wellington, 108 pessoas foram ouvidas e confirmaram não ter onde morar. A Defensoria informou o vereador, teria se manifestado contra a operação.

“Cada um tem de fazer a sua parte. A Polícia Militar, a sua parte, Civil, a sua, Guarda Municipal, Ministério Público e a Defensoria Pública, a sua parte”, disse o vereador, que completou:
“O primeiro garantidor dos Direitos Humanos é a polícia. Essas ações [operação policial] têm de ocorrer, do contrário vão perguntar depois: por que fez e o que não fez e por que não fez. É por isso que digo que cada um tem de fazer parte”, afirmou o vereador.
Em seguida, o delegado contou que o rapaz que matou o pedreiro, de 23 anos de idade, é fichado na polícia desde os 15 anos por prática de delitos como furto e envolvimento com droga. “Não podemos admitir isso”, disse o vereador.

Valdir Gomes, vereador do PP, entrou na conversa e propôs que a Câmara Municipal criasse uma comissão para dialogar com a Defensoria Pública. A ideia dele, disse, “é achar uma solução para os moradores de rua”.

Já o vereador Wilson Sami, do PMDB, disse que em julho do ano passado teve um projeto seu aprovado e que a intenção era o de criar a secretaria Antidroga e de Direitos Humanos. Ocorre que, segundo o vereador, a prefeitura transformou seu propósito numa coordenadoria e isso teria enfraquecido o projeto. O foco da intenção de Sami seria combater o consumo de droga. Os moradores de rua, em sua maioria, segundo a polícia, seriam dependentes químicos. O rapaz que matou o pedreiro era um deles.

Francisco Gonçalves Carvalho, o vereador Chico Veterinário, do PTB, também comentou o assunto. Ele disse que na cidade há vários pontos de venda de droga, um deles na Avenida Afonso Pena com a Avenida Ernesto Geisel. Lá, disse Chico, a droga é vendida por um cadeirante.