Política

19/07/2018 15:10

Na Capital, ministro Jungmann anuncia força especial para atuar na fronteira de MS

Força será composta por 300 integrantes da Força Nacional e Policiais Federais

19/07/2018 às 15:10 | Atualizado Celso Bejarano e Rodson Willyams
Raul Jungmann em evento na UEMS, Campo Grande - André de Abreu

O ministro Raul Jungmann (Segurança Pública) disse, na manhã desta quinta-feira (21), em Campo Grande (MS), que o governo federal criou e deve por em prática logo o programa “Fronteira Segura”, uma força que vai atuar com ao menos 300 homens da Força Nacional e também com o efetivo da Polícia Federal. 

A ideia, disse o ministro, é contra-atacar a ações de traficantes de droga e armas ligados às facções PCC, o Primeiro Comando da Capital, e CV (Comando Vermelho) na linha de fronteira que separa Mato Grosso do Sul do Paraguai e da Bolívia. O comando da “Fronteira Segura” vai ficar em Campo Grande.

Já quanto a liberações de recursos para que o governo de MS invista em projetos de segurança, Jungmann afirmou que é intenção do governo federal destinar ao setor, daqui até dezembro, R$ 800 milhões. 

O montante, contudo, deve ser repartido entre os estados. O ministro não detalhou a exata importância reservada para MS. Adiantou, apenas, que para dividir o dinheiro serão obedecidos critérios como número de habitantes, índice de criminalidade e ainda os governos precisos mostrar em relatórios o que tem feito pelo setor da segurança pública.

“O Brasil não tem um política para a segurança pública e as coisas não mudam da noite para o dia”, afirmou o ministro em evento que debateu o assunto na sede da UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

Embora tenha dito que no país não há uma política firme contra criminalidade, o ministro elogiou projetos desenvolvidos em MS desde 1987, três décadas atrás, com a intenção de atacar o tráfico de droga. “Desde que ninguém falava nisso [plano para combater o tráfico de droga]”, expressou o ministro.

Na década de 1980, o governo estadual criou o GOF (Grupo de Operação de Fronteiras), uma força composta por policiais militares e civis que agiam na linha de fronteira com os territórios paraguaios e bolivianos.

O GOF, no entanto, trocou de nome no fim da década de 1990 por ter sido alvo de uma reportagem que o comparou com grupo de extermínio. Daí mudou-se para DOF (Departamento de Operação de Fronteira), corporação que atua até hoje.

IDEIAS

Jungmann disse ainda que seu ministério estuda a criação do que chamou de Coordenação Nacional de Fronteira, um grupo cujo funcionamento dependeria de um setor de inteligência que agiria em parceria com os estados.

O ministro afirmou também que o governo federal aplica em média R$ 70 bilhões anuais na segurança pública e que 85% dessa soma são gastas e administradas pelos estados.

Jungmann citou ainda o Sisfron (Sistema Integrado de Monitoramento de Fronteira), força do Exército que também atua no ataque ao tráfico de drogas. No entanto, ele disse que apenas que “faltam recursos para Sisfron”.