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27/09/2018 14:45

Presidente do Conselho do Santos minimiza denúncia e confirma votação do impeachment de Peres

Votação é mantida para sábado; José Carlos Peres ainda tenta cancelar processo

27/09/2018 às 14:45 | Atualizado 27/09/2018 às 14:19 Globo Esporte
Paulo Tavares/TV Tribuna

Marcelo Teixeira, presidente do Conselho Deliberativo do Santos, confirmou nesta quinta-feira a realização de uma assembleia-geral de sócios neste sábado, na qual serão votados dois pedidos de impeachment do presidente do clube, José Carlos Peres.

Nesta quarta-feira, o GloboEsporte.com revelou que o empresário de jogadores Henrique Oliveira pagou as dívidas de cinco sócios com o clube, o que os tornou aptos a votar. Em troca da quitação dos débitos, os sócios eram orientados a votar a favor do impeachment. O próprio Oliveira confirmou ter feito os pagamentos – um deles foi registrado em vídeo.

– [A denúncia] em nada prejudica a votação. Não temos conhecimento de quem parte esse tipo de vínculo, se são gravados para prejudicar por A ou B. O Conselho está fazendo seu trabalho, cuidando de todos os pormenores. A tendência é que não haja nenhum tipo de problema – disse Teixeira numa entrevista coletiva nesta quinta-feira.

O presidente do Santos ainda tenta cancelar, na Justiça, a realização da assembleia. Marcelo Teixeira afirmou que o Conselho "vai atuar" para cassar uma eventual liminar conseguida por José Carlos Peres.

– Se forem identificadas em tempo tanto da mesa quanto do conselho, nós tomaremos as medidas cabíveis e necessárias.

Questionado sobre sua opinião pessoal sobre a questão – se preferia a continuidade ou a saída de Peres da presidência do Santos – Marcelo Teixeira sorriu:

– Eu não devo me pronunciar sobre isso.

Entenda o pedido de impeachment

O presidente do Santos, José Carlos Peres, é alvo de duas ações que podem resultar em impeachment. Em um dos processos, ele é acusado de ser sócio de uma empresa de agenciamento de jogadores, o que é proibido pelo estatuto. O outro aponta como irregular uma portaria publicada por ele, na qual define que todas as contratações do clube devem ser decididas pelo presidente, ignorando o Comitê de Gestão, principal órgão administrativo do Santos.

As duas ações de impeachment foram aprovadas pelo Conselho Deliberativo do clube. O último passo dos processos é a votação pela assembleia-geral extraordinária de sócios. A aprovação (ou reprovação) acontece por maioria simples. Só pode votar quem é sócio há mais de um ano e está adimplente – motivo pelo qual o sócio citado nesta reportagem teve sua dívida quitada. Na última eleição para presidente, com regras semelhantes, 5.676 sócios votaram.