Estamos entrando na época mais delicada das campanhas políticas. O exato momento em que os esforços da equipe enfrentam duas preocupações que pedem ações ágeis e contundentes, e quando qualquer vacilo é fatal.
Para Delcídio do Amaral, o esforço é buscar os poucos pontos percentuais que lhe deem a certeza da vitória no primeiro turno, mas paralelamente tem que conscientizar o eleitorado de que ainda não está eleito e o seu voto, cada um dos votos, é primordial. Não deve permitir que o clima do já ganhou se instaure.
Aos candidatos que lutam pelos votos que lhes permitam conquistar o direito de disputar o governo num eventual segundo turno, os esforços também se concentram em conquistar votos – especialmente de Delcídio – e, também, evitar o clima de “nem vale a pena porque perdemos. Numa estranha aliança não prevista, Reinaldo, único em condições de levar o pleito para o segundo turno, precisa de Nelsinho para isso.
Perigosos esquemas
A guerra agora torna-se mais suja. O poder está em disputa. Nas mãos do PT a oportunidade de quebrar a hegemonia do grupo do atual governador André Puccinelli e resgatar o estado que já foi administrado por Zeca do PT. Para Reinaldo Azambuja, a chance de resgatar o PSDB e tirá-lo da sombra do PMDB, onde caminhou durante tantos anos que havia perdido sua personalidade.
No entanto, o momento também é delicado na questão de administrar os “apoiadores” e cabos eleitorais espalhados pelos 79 municípios do estado. Coordenar sem se deixar chantagear. Fazer trabalhar sem acender melindres, apalavrar acordos e dar certeza de que serão cumpridos.
Nos municípios do interior, os apoiadores, e em todo o estado os partidos de aluguel estão senhores da situação. “Jogam de mão e têm o zap” no jargão do truco. Esta batalha se chama negociação da baixa política. Nossa democracia permite isso, partidos que quando estão aliados não acrescentam muito, mas na oposição provocam imensos estragos.
Nessa frente atua com total desenvoltura a Coligação de Reinaldo Azambuja. Cada aliado ou cabo eleitoral do inimigo que conquiste representam votos, e cada voto que reverta valem por dois: um que sai de Delcídio somado ao voto que entra na conta de Reinaldo.
Nelsinho parece ter jogado a toalha e mantém sua candidatura escorada nos votos que se confundem mais com uma torcida organizada, eleitores mantidos por vínculos dos mais diversos, criados nos anos em que o ex-prefeito ou seus familiares que mantém um enorme ciclo de negócios que se entrelaçam com os diversos governos estadual e municipais de Mato Grosso do Sul.
Eleição
Para os que já definiram seus votos, seja para Delcídio, Reinaldo, Nelsinho, qualquer dos outros candidatos, ou para os que pretendem anular ou votar em branco, é aguardar para ver. Para os indecisos, algo em torno de 8%, o conselho é que não se deixem levar pelos ataques e se fixem nas propostas e currículos dos candidatos.