Luis Carlos Pereira, mais conhecido como "Baianinho", fez história como jogador  de times Mato Grosso do Sul e do Brasil. Foi treinador de vários times do Estado e atualmente tem uma escolinha de futebol no bairro Sírio Libanês, na periferia de Campo Grande, que ajuda crianças e adolescentes humildes da Capital a terem uma ocupação durante o dia, descobrindo talentos e os desviando da criminalidade.

Em entrevista ao Top Mídia News, Baianinho conta um pouco do seu passado e os planos para o futuro, destacando que sua prioridade é  formação do homem que segundo ele, é algo primordial. Confira a entrevista na íntegra:

Como o futebol entrou na sua vida?

Sempre gostei de futebol, desde quando me conheço por gente. Sou da cidade de Narandiba, no interior de São Paulo, onde quando eu trabalhava na roça para minha família já brincava de bola.

Como começou sua carreira profissional?

Tinha um treinador chamado Eloy do Carmo de um time de São Paulo. Ele veio para o Operário Futebol Clube e me trouxe para Campo Grande também. Cheguei aqui no Estado especialmente para jogar, no dia 27 de julho de 1975.

Como foi sua passagem em um dos times mais tradicionais de Mato Grosso do Sul, o Operário?

Quando cheguei, fui para a escolinha do time, em menos de um ano entrei para o profissional, fiquei mais um ano emprestado para um  time de Dourados e depois voltei para a Capital.

Você já jogou no Corinthians, conta um pouco da sua história em um dos maiores clubes do Brasil

No ano de 1981 fui jogar no Corinthians, na época foi a maior transação do Centro Oeste, onde fiquei dois anos.

Como você jogou em vários clubes, deve ter conhecido muitos lugares. Quais países você conheceu jogando futebol?

Sim, conheci vários, viajei para vários Estados do Brasil, mas também tive o prazer de conhecer vários países como Coréia, Japão, França e até o Alasca (EUA).

Como surgiu a ideia de  treinar crianças e adolescentes?

O projeto começou quando eu tinha aproximadamente 30 anos e parei de jogar futebol. Daí resolvi criar o Instituto Baianinho Esporte e Cidadania, a princípio nosso objetivo era a formação profissional e ao longo do nosso desenvolvimento de trabalho, percebemos que a formação do homem é algo primordial.

Sempre acompanhado da esposa, conhecida como Fátima do Baianinho e de seu filho, percebemos que família é algo fundamental na sua vida né? Eles te ajudam com as crianças?

Eles me ajudam e muito, minha mulher é educadora social e também é completamente apaixonada pelo futebol. Ela e meu filho me ajudam com o Instituto.

Baianinho, além de jogar futebol, o você já foi técnico de vários times do Estado, quais foram esses clubes?

Já fui treinador do Operário, Chapadão, Comercial, Itaporã, Corumbaense, Naviraí e Moreninha.

Qual a faixa etária das crianças e dos adolescentes que você treina? Eles pagam algum valor mensal?

Trabalhamos com crianças de sete a 16 anos de idade. Alguns ajudam com um valor, mas apenas os que podem. É bom ficarmos sabendo do rendimento escolar deles, isso é algo muito importante. Trabalhamos com disciplina também, na periferia os jovens não conseguem ter um lazer, não temos praças e nem incentivos do governo, tentamos mudar um pouco as histórias, ajudando  as crianças e os adolescentes a realizarem sonhos.