O candidato derrotado ao Governo do Estado, Nelsinho Trad (PMDB), reunido em seu escritório político com representantes de oito dos nove partidos da Coligação MS Cada Vez Melhor (PMDB, PSB, PTdoB, PSC, PHS, PRTB, PTN e PEN), e de sua candidata a vice-governadora, pastora Janete Morais, declarou seu apoio pessoal e dos partidos que o acompanharam, exceto o PRB, ao candidato ao governo pela Coligação Novo Tempo, Reinaldo Azambuja (PSDB). Participaram do evento, realizado no escritório político do candidato peemedebista, a vice candidata ao governo pelo PSDB, professora Rose Modesto e o candidato derrotado ao Senado, Antonio João (PSD).
No entender de Nelsinho, as urnas sempre dão o recado e, o recado dado nestas eleições é a exigência de mudança e a esperança da transformação do atual estágio em dias melhores. No seu entender, a importância destas eleições está principalmente no fato de haver sido legitimadas pelo voto; talvez numa sutil alfinetada ao atual prefeito da Capital, que assumiu o cargo a partir da cassação do ex-prefeito. Nelsinho também usou da sutileza ao dizer que o PMDB demonstrou sua força, talvez tentando insinuar que os 217.093 votos (16,42%) foram conquistados apesar da dissidência interna do partido, que marcou a campanha.
A resposta aos dissidentes também ficou patente durante seus agradecimentos: “Gostaria de agradecer a todos os companheiros – referindo aos aliados – que andaram conosco. Foram pessoas fiéis e ‘deles’ eu não tenho nenhuma mágoa, aliás eu não sou uma pessoa de guardar mágoas, prefiro olhar para a frente”, disse Nelsinho.
O apoio negociado com Reinaldo Azambuja exigem que sejam priorizados quatro pontos: 1 – incorporar o projeto de implementação de Escola em Tempo Integral para as cidades polos nas diversas regiões do estado; 2 - segurança nas fronteiras e nas cidades que, segundo Nelsinho Trad, foi um dos temas centrais da conversa que teve com o ex-candidato Eduardo Campos, ponto muito forte na plataforma do ex-candidato; 3 – Enfrentamento dos problemas na Saúde Pública com a criação de Centros de Exames, ainda inexistentes no interior do estado; e 4 – Combate ao tráfico e uso de drogas, principalmente ao crack e à cocaína.
Reinaldo Azambuja agradeceu o apoio e destacou que “este apoio é muito importante para nós. Isso demonstra que ele [Nelsinho] é um grande articulador porque não veio sozinho. Trouxe consigo oito partidos que irão caminhar conosco neste segundo turno. Com isso temos a chance de sairmos vitoriosos, afinal ninguém ganha uma eleição sozinho”.
O disputa pelo segundo turno em Mato Grosso do Sul repete o embate nacional entre PT e PMDB, portanto Reinaldo pedirá votos ao candidato Aécio Neves e acredita que com a vitória tucana o Brasil resgatará a hegemonia nacional. “O Mato Grosso do Sul é o último estado contemplado quando se estabelece as transferências voluntárias, por isso o estado precisa maior força de representação. Entender essa questão é fundamental, quando o outro candidato afirma que o Mato Grosso do Sul recebeu muitos recursos federais durante o governo de Dilma Rousseff”, enfatizou Reinado.
O PRP não definiu apoio a nenhuma das duas candidaturas no estado, pois depende da definição da aliança do candidato ao governo do Rio de Janeiro, bispo Marcelo Crivella, que está em negociações com o PT daquele estado.
Nelsinho descartou que este apoio esteja vinculado ao apoio a uma eventual candidatura do deputado Marquinhos Trad à prefeitura da Capital nas eleições de 2016, e assegura que apenas as quatro propostas foram tratadas e definiram o apoio.
Quando questionado se restava mágoa dos antigos companheiros que preferiram apoiar a candidatura de Delcídio do Amaral (PT), manteve profundo silêncio e a resposta veio através da pastora Janete de Morais: “Há momentos em que o silêncio fala mais claramente do que palavras”.
